sexta-feira, 5 de junho de 2009

ALECRIM-DO-CAMPO


Nome científico: Baccharis dracunculifolia DC.

Família: Asteraceae.
Sinônimos botânicos: Baccharis bracteata Hook. & Arn., Baccharis dracunculifolia fo. Spectabilis Heering, Baccharis leptospermoides DC.
Outros nomes populares: alecrim-de-vassoura, carqueja, cilca, vassoura, vassoureira, vassourinha.

Constituintes químicos: nerolidol, espatulenol, globulol, palustrol.

Propriedades medicinais: aperiente, aromática, digestiva, eupéptica, febrífuga, tônica.
Indicações: afecções febris, cansaço físico, debilidade orgânica, distúrbios gástricos, inapetência.

Parte utilizada: folhas, flores, ramos.
Contra-indicações/cuidados: não encontrados na literatura consultada.
Modo de usar:
Infusão ou decocção de 10 g de folhas e talos em ½ litro de água. Tomar 2 xícaras ao dia.

ALECRIM-DO-CAMPO

Constituintes químicos e atividade farmacológica de Baccharis dracunculifolia.



A espécie Baccharis dracunculifolia, é popularmente conhecida como vassoura ou alecrim-do-campo, é amplamente utilizada na medicina caseira. A forma de infusão de suas folhas é empregada para problemas hepáticos, disfunções estomacais e como antiinflamatório. Estudos de literatura relatam o uso medicinal e religioso do “alecrim-do-campo” comercializado em mercados e feiras livres no Rio de Janeiro (Azevedo & Silva (2006), assim como a utilização das folhas para feridas (Freise, 1933, citado por Fenner, et al. 2006) e o uso dos ramos, em decocto, como antifebril (Rodrigues & Carvalho, 2001).

É uma planta dióica com as inflorescências masculinas e fêmininas, cujo arbusto cresce em quase todo o Brasil, e a principal fonte botânica da própolis verde no sudeste do Brasil.

Uma característica dos compostos fenólicos das própolis analisadas e da espécie vegetal de B. dracunculifolia foi a alta proporção de artepilina C e outros derivados do ácido cinâmico. Com base nas evidências fitoquímicas, B. dracunculifolia foi identificada como a principal fonte vegetal das própolis produzidas nos estados de São Paulo e Minas Gerais (Alencar et al., 2005).

O extrato de B. dracunculifolia mostrou a presença de germacreno-D, biciclogermacreno, assim como derivados prenilados do ácido coumarinico. Germacreno-D e o biciclogermacreno (14%) estão entre os principais compostos do óleo essencial em conjunto com o delta-cadineno (13%) e germacrona (5%) (Loayza et al., 1995).

Os extratos aquosos da própolis de B. dracunculifolia e de partes da planta contêm o ácido 3,4-di-O-ácido-cafeoilquinico, ácido-3.5-di-O-cafeoilquinico e o ácido clorogênico. Além disso, 27 compostos incluindo os diterpenos labdânicos, compostos prenilatedos, flavonóides e outros fenólicos que foram isolados préviamente da própolis, foram identificados também no extrato metanólico de B. dracunculifolia. Entre eles, 24 compostos foram detectados nas gemas, indicando que deve ser uma fonte importante da própolis. A origem botânica de 19 componentes foi pela primeira vez estabelecida para B. dracunculifolia (Tezuka et al., 2003).

Resende (2007) confirmou seu potencial efeito anti-mutagênico no extrato obtido em acetato de etila. A análise do extrato por cromatografia líquida de alta eficiência permitiu a identificação dos compostos fenólicos: ácido cafeico, ácido p-coumárico, éter de aromadendrina-4'-O-metil, ácido 3-prenil-p-coumárico, 3,5-diprenil-p-coumárico (artepilina C) e baccharina.

Funari et al. (2007), concluíram que a planta Baccharis dracunculifolia D.C. é a principal fonte botânica da própolis do estado de São Paulo, investigada para verificar a atividade biológica específica com relação aos fibroblastos em ratos NIH-3T3, células da pele envolvidas diretamente nos processos de cicatrização. O perfil cromatográfico, caracterizado pela maior parte por flavonóides e por ácidos aromáticos, demonstrou ser qualitativamente similar ao da B. dracunculifolia. Foi encontrado que a própolis de B. dracunculifolia apresenta uma toxicidade dependente da concentração in vitro em fibroblastos do rato NIH-3T3.

Os perfis cromatográficos das gemas da folha e da própolis e das folhas não expandidas e expandidas de B. dracunculifolia mostraram similaridade, mas as folhas não expandidas diminuíram quantitativamente em constituintes químicos em comparação às gemas da folha. No caso das folhas expandidas, todos os constituintes químicos decresceram severamente ou desapareceram. Artepilina C (ácido 3,5-diprenil-4-hidroxicinâmico) foi identificado também em própolis e em exudatos resinosos e em ambos os extratos etanólicos continham as concentrações mais elevadas deste composto em comparação aos outros constituintes químicos (Park et al., 2004).

Menezes (2005) avaliou a atividade antiinflamatória do extrato aquoso desta planta utilizando o modelo de pleurisia induzida por zimozan em camundongos. Os resultados indicaram que o extrato bruto aquoso de B. dracunculifólia possui atividade antiinflamatória e que é mais potente quando, concomitantemente, administrado ao estímulo da inflamação.

Silva Filho et al., (2004) através do fracionamento cromatográfico das folhas, usando diversas técnicas, isolou os compostos isosakuranetina, aromadendrin-4'-metileter, ácido ferúlico, ácido diidrocinâmico, 3-prenil-4-(diidrocinnamoiloxi)- ácido cinâmico e friedelanol.

Um sesquiterpeno novo, baccharisketona, e um monoterpeno novo, acetato de p-metoxitimol , foi isolado das folhas de B. dracunculifolia junto com dezessete compostos conhecidos. A atividade inibitória do crescimento dos compostos isolados contra células da leucemia (L 1210) foi testada e três terpenos fenólicos e cinco álcoois sesquiterpênicos exibiram forte atividade citotóxica (Fukuda, et al., 2006).

Lemos et al. (2007), testou a eficiência do extrato da planta contra ulceras gástricas. A análise por cromatografia líquida de alta eficiência da composição química do extrato de B. dracunculifolia usado neste estudo revelou a presença principalmente de derivados ácidos e de flavonoides cinamicos. As doses de 50, 250 e 500 mg/kg do extrato cru de B. dracunculifolia e de controles positivos (omeprazol ou cimetidina) diminuíram significativamente o índice da lesão, a área total da lesão e a porcentagem da lesão causada pelas ulceras comparados com os grupos de controle negativos. A porcentagem da inibição das ulceras foram significativamente mais elevadas nos grupos tratados com o B. dracunculifolia, cimetidine ou omeprazole, com todos os protocolos usados, comparado com os grupos de controle negativos. Em relação a secreção gástrica, as reduções no volume do suco gástrico e a acidez total foram observados, assim como o aumento no pH gástrico. Estes resultados foram similares aos resultados dos estudos realizados com extrato verde da própolis. Embora mais investigações sejam necessárias, nossos resultados sugerem que o B. dracunculifolia tem potencial para ser usado como um preparado fitoterápico para o tratamento da ulcera gástrica.

Leitão et al. (2004), utilizaram o extrato da folha de B. dracunculifolia e o extrato verde da própolis ambos os extratos produziram efeito bacteriostático em culturas de Streptococcus mutans na concentração de 0.40 mg/ml. Os resultados demonstram que o extrato da folha de Bd e os extratos verdes da própolis têm efeitos inibitórios similares nos fatores cariogênicos de S. mutans, e permite nos sugerir que as folhas de Bd pode ser uma potencial fonte de produtos farmacêuticos empregados para esta finalidade.

Da Silva Filho et al., (2004) utilizaram várias concentrações do extrato de B. dracunculifolia como tripanomicida. Os compostos isosakuranetin e oxido de baccharis foram os mais ativos na analise tripanomicida, mostrando os valores CI50 (concentração inibitória requerida para a inibição de 50%) de 247.6 e 249.8 microM, respectivamente. Compostos aromadendrin-4'-metileter, acido ferulico, e 3-prenil-4-(diidrocinnamoiloxi)- acido cinamico indicaram atividade moderada e os compostos acido diidrocinnamico e friedelanol foram inativos.


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