Também conhecido como erva-santa, erva-dos-vermes, alvina e vermute, essa herbácea adaptou-se perfeitamente ao clima brasileiro. Natural da Ásia e da Europa, há registros de sua utilização medicinal em papiros que somam mais de 2500 anos.
Essencialmente amarga, a losna estimula as secreções gástricas, biliares e pancreáticas, aumentando o apetite e beneficiando a digestão. Rica em ferro, também atenua anemias causadas pela deficiência desse elemento. Em qualquer um dos casos, o ideal é fazer um infuso a partir de suas folhas e flores.
Medicina: usado na medicina natural como vermífugo, febrífugo, anti-séptico e para auxiliar no tratamento de diabetes entre outros.
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Nome científico: Artemisia absinthium L.
Família: Asteraceae.
Sinônimos botânicos: não encontrados.
Outros nomes populares: absinto, absinto-comum, absinto-grande, absinto-maior, absíntio, absíntio-comum, acinto, acintro, aluína, alvina, amargosa, artemísia, citronela-maior, erva-dos-bichos, erva-dos-cem-gostos, erva-dos-velhos, erva-santa, erva-dos-vermes, flor-de-diana, gotas-amargas, grande-absíntio, grande-absinto, losma, losna-branca, losna-de-dioscórides, losna-maior, sintro, vermute; vermut (alemão); ajenjo (espanhol); absinto (esperanto); absinthe (francês); wormwood (inglês); assènzio (italiano); absíntio (português de Portugal).
Constituintes químicos: ácidos orgânicos (málico, succícnico, tânico, palmítico, nicotínico, tuiônico, isovaleriânico); fitosterol, quebrachital, substâncias carotenóides, flavonóides; lactonas sesquirtepênicas (anabsintina, absintina); óleo essencial (tuiona (32,4% a 34,6%), tuiol, camazuleno, felandreno e borneol (30%)); princípios amargos: absintina (mistura de artamarina, artamarinina e artamaridinina), anabsintina, artabsina e santonina; proazuleno, carotenos, pectina e mucilagens; resina, ceras, vitamina B6 e C;
Propriedades medicinais: abortiva, afrodisíaca, amargo, antidiabética, antidiarréica, antidisentérica, antiemética, antiespasmódico, antifebril, antigripal, anti-helmíntica, anti-hidrópica, anti-histérica, anti-séptica, aperiente, antipirética, colagogo, digestiva, emenagoga, estimulante, estomacal, eupéptica, febrífuga, fortificante, hepática, psicoestimulante, repelente de piolho, tônica, vermífuga.
Indicações: afecção uterina, anemia, anorexia, ativar a circulação, atonia digestiva, atonia uterina, azia, bexiga, catarros, circulação, cólicas intestinais, cólicas menstruais, convalescença, coriza, diabete, diarréia, dismenorréia, distúrbios digestivos e hepáticos, dispepsias, enfermidades nervosas, envenenamento, escrófulas, espasmo histérico, estimular o apetite, estômago (perturbações gástricas diversas); estimular a secreção dos sucos gástricos, biliares e pancreáticos; febre, flores brancas, fígado, gases, gripe, hidropisia, histerismo, inapetências, indigestão; limpar e regularizar o funcionamento do estômago, fígado, rins, bexiga e pulmões; nevralgias, mau hálito, menstruação difícil e dolorosa, meteorismo, nervosismo, obesidade, prisão de ventre, proteger lãs e cobertores, regularizar o fluxo menstrual, reumatismo, rins, sinusite, tísica, tuberculose, ventosidades, vermes (lombriga e oxiúro, ascaris e amebas), vômito.
Parte utilizada: flores, folhas.
Contra-indicações/cuidados: O suco ou extrato não devem ser usados, pois são tóxicos. A infusão elimina parte da toxidez. Não deve ser usado por quem estiver fazendo tratamento radioterápico, gestantes, lactantes, indivíduos de temperamento bilioso ou sangüíneo, nas irritações gástricas e intestinais e nas propensões à congestão cerebral. O óleo essencial, sobretudo a tujona, é tóxico. As bebidas alcoólicas à base da planta são consideradas nocivas à saúde. Usar somente na dose recomendada e durante o tempo de tratamento especificado. Em altas doses deve ser evitado devido aos efeitos tóxicos que pode desenvolver.
O consumo prolongado de bebidas à base de absinto, provoca habituação que se manifesta por cãibras, perdas de conhecimento e mesmo perturbações nervosas irreparáveis e destruição dos glóbulos vermelhos. Doses excessivas podem causar alucinações, aborto, convulsões, pertubações da consciência (absintismo: degeneração irreversível do sistema nervoso central). Torna amargo o leite das mulheres que amamentam.
Modo de usar:
- infusão de uma ou duas colheres de café de caules cortados por chávena de água, três vezes por dia;
- infusão de 20 g de folhas ou flores em 1 litro de água fervente por 10 minutos. Tomar 1 colher de sopa de hora em hora ou tomar 2 xícaras ao dia, antes ou após as refeições principais;
- infusão de 5 a 15 g de folhas ou flores por litro de água. Tomar uma xícara antes das refeições principais: estimulante do apetite;
- decocção para gargarejos e compressas sobre as contusões;
- tintura: misturar 2 xícaras das de café de álcool de cereais com 1 xícara de água e 1 punhado da erva picada. Deixar em maceração por 7 dias, coar e guardar em vidro escuro ou protegido por papel alumínio. Tomar 1 colher das de café diluída emágua, por dia ou 20 a 40 gotas ou 1 a 4 ml, 2 a 3 vezes ao dia antes ou após as refeições (efeito digestivo e para transtornos biliares). Também pode ser aplicada topicamente em articulações inflamadas;
- vinho: macerar 20 g de folhas ou flores secas em 1 litro de vinho tinto e 2 cálices de aguardente, por 10 dias. Filtrar. Tomar 1 cálice após as refeições;
- pó: um grama em uma xícara de água, três vezes por dia, antes das refeições;
- extrato seco: 200 m g /dose, 2 a 3 vezes ao dia, antes das refeições;
- xarope de um punhado de folhas e flores picadas em 1 xícara das de cafezinho de água fervente. Abafar, coar, adicionar 1 xícara de mel e homogeneizar. Adultos: uma colher das de sopa 3 vezes ao dia; crianças: 1 colher das de chá 3 vezes ao dia;
- cataplasma: aplicar a folha quente sobre locais doloridos do ventre;
- massagem com folhas: friccioná-las sobre as partes afetadas (anti-reumático);
- vermífugo para cães e gatos: triturar um punhado de flores e folhas. Adicionar à ração do animal 1 colher das de chá para gatos ou 2 colheres das de chá para cães de porte médio.
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Por: Rose Aielo Blanco
Conhecida como losna ou absinto, a "Artemisia absinthium L." apresenta
substâncias poderosas que tanto podem curar como intoxicar.
Conheça melhor esta planta antes de usá-la.
Quem já provou um chá de losna conhece a principal característica desta planta: o sabor amargo. E dizem que essa característica foi até citada num provérbio de Salomão que teria declarado: "a infidelidade, ainda que possa ser excitante e doce no seu início, costuma ter um fim amargo como a losna".
Na Grécia Antiga esta planta era dedicada à Ártemis, deusa da fecundidade e da caça. Daí a origem de seu nome científico. Popularmente, a losna também é conhecida como absinto, erva-do-fel, alenjo, erva-de-santa-margarida, sintro e erva-dos-vermes. As propriedades aperitivas (estimulante do apetite), vermífugas e estomacais explicam o uso da planta no preparo do vermute e do licor de absinto, entretanto, vale lembrar que a presença de uma substância tóxica - a tuinona - pode produzir efeitos altamente perigosos. Em doses elevadas, os chás e outros preparados a partir desta planta podem provocar tremores, convulsões, tonturas e até delírios. No século XIX, registrou-se vários casos de intoxicações e até mortes provocadas pelo uso de um licor obtido pela maceração do absinto em álcool. Na maior parte das vezes, o licor de absinto era usado como alucinógeno e não com finalidades medicinais.
A "fada verde"
O licor de absinto era muito apreciado por famosos poetas e artistas como Van Gogh, Rimbaud, Baudelaire e Toulouse-Lautrec, entre outros. Ao que tudo indica, aquele destilado de ervas cor verde-esmeralda, também chamado de "fada verde", seria o responsável pelo comportamento bizarro de Van Gogh. E, recentemente, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos EUA, identificaram nas substâncias presentes nos destilados preparados com losna ou absinto, propriedades capazes de causar convulsões, alucinações, surtos psicóticos; dependendo da dosagem. Além disso, os estudos demonstraram que o uso crônico pode provocar danos neurológicos permanentes.
A combinação entre a dosagem de álcool e as substâncias presentes nesta planta pode ser perigosa e, por essa razão, a maioria dos especialistas costuma recomendar o uso da losna ou absinto na forma de infusão (no máximo duas xícaras de chá ao dia) e evitar a extração do sumo por maceração.
Planta pertencente à família das Compostas, originária da Europa, a losna (Artemisia absinthium L.) é uma planta herbácea, perene (cultivada muitas vezes como anual), que alcança de 1 a 1,20 m. de altura. Produz folhas recortadas, de coloração verde-acinzentada e flores amarelas, bem miúdas e reunidas em pequenos cachos. Em algumas regiões do Brasil a floração da planta é difícil, principalmente em locais muito quentes ou com sol intenso; por isso, para finalidades medicinais costuma-se utilizar mais as folhas do que as flores.
Também é muito importante lembrar que a losna ou absinto (Artemisia absinthium L.) não deve ser confundida com outra planta muito conhecida: o abrótano (Artemisia abrotanum L.) que apresenta folhas mais finas e sabor agradável.
Cultivo e colheita
A losna se propaga por meio de sementes, por divisão de touceiras ou por estaquia. O solo ideal para o cultivo deve ser argilo-arenoso, fértil e profundo. Para o plantio em vasos ou jardineiras, é essencial garantir uma profundidade de 30 cm, mais ou menos. A planta é muito resistente a doenças, raramente é atacada por insetos, porém, é essencial a retirada de ervas daninhas que podem prejudicar o seu desenvolvimento. Recomenda-se cautela com a aplicação de adubos ou fertilizantes (naturais ou químicos), pois o excesso pode prejudicar o aroma da losna. A adição de composto orgânico em doses controladas favorece o cultivo.
Se a finalidade da colheita for as folhas, deve-se retirá-las aos primeiros sinais da formação dos futuros órgãos de reprodução, para evitar a perda dos princípios ativos. Caso a finalidade seja obter as flores, a colheita deve ser realizada assim que estas começam a se formar, pois a planta permanece florida por cerca de sete dias e, após esse período, as flores se tornam muito sensíveis, desmanchando-se e caindo com facilidade. Para melhor conservação, a losna pode ser armazenada seca: coloque as folhas e flores estendidas em local ventilado, longe da exposição aos raios solares e depois guarde em caixas de madeira, de preferência.
Usos e cuidados
Os componentes responsáveis pelo uso medicinal da losna ou absinto são: um óleo essencial (vermífugo e emenagogo), absintina (responsável pelo sabor amargo), resinas, tanino, ácidos e nitratos. Como planta digestiva e aperitiva, sua ação se dá pelo estímulo à salivação e à produção de sucos gástricos e, por essa mesma razão, não é recomendada para pessoas que apresentam problemas como úlceras e gastrite.
Usada corretamente e sem excessos, a infusão da losna pode aumentar a secreção biliar, favorecendo o funcionamento do fígado e, ingerida meia hora antes da refeição, pode agir como estimulante do apetite e auxiliar da digestão.
Quanto aos cuidados, não é recomendável o uso por mulheres grávidas e crianças. Além disso, a maceração da planta com álcool, segundo alguns estudos já realizados, apresenta graves perigos, podendo provocar dependência, alucinações e convulsões.
Curiosidades: A palavra "vermute" tem tudo a ver com a losna: significa "warmwurz", ou seja, "raiz quente" e é o nome da losna em alemão. Já em grego, a palavra losna significaria "privado de doçura". A medicina popular desaconselha o uso da losna por mulheres em fase de amamentação, pois a planta "torna o leite amargo".
O absinto é famoso desde tempos muito antigos, pelas suas virtudes medicinais, sendo inclusive citado num papiro egípcio que data de 1.600 a.C.
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