Nomes científicos: Hymenaea courbaril L., Hymenaea courbaril var. stilbocarpa L., Hymenaea stigononocarpa (Mart.) Hayne
Outros nomes populares: jitaí, jutaí, jutaí-açú, jatobeiro, jatobá-mirim, jataí, jataí-peba, jataíba, burandã, farinheira
Etimologia: a palavra Hymenaea deriva de "hymen" com o significado de "deus das uniões" em alusão às duas folhas (folíolos) unidas, característica das plantas deste gênero. O nome popular "jatobá" é originário da língua guarani com o significado de "folha dura" ou "árvore de fruto duro". Já o nome "jataí" deriva da palavra guarani "jata-yva" com o significado de "fruto comestível".
Características gerais: são árvores de tamanhos variáveis de 5 a 40 m de altura dependendo da espécie. A mais alta é o jatobá amazônico (Hymenaea courbaril) e o menor é o jatobá do cerrado (Hymenaea stigonocarpa). Existem ainda mais duas espécies na mata atlântica - Hymenaea altissima (Rio de Janeiro e São Paulo) e Hymenaea rubriflora (Bahia e Espírito Santo), mais uma espécie na Amazônia (Hymenaea parvifolia) e uma espécie ainda não descrita ou pouco conhecida no cerrado do Mato Grosso do Sul. As flores em todas as espécies são brancas, exceto na espécie rara Hymenaea rubriflora que são vermelhas. Os frutos em todas as espécies são muito semelhantes, variando um pouco apenas no tamanho. Consiste numa vagem (legume) indeiscente (que não se abre sozinha), de forma subcilíndrica, de 7-20 cm de comprimento, com uma casca (exocarpo) dura e quebradiça, de cor variando do marrom ao vermelho-acastanhado. Contém 1-6 sementes duras envoltas por uma polpa seca, farinácea, adocicada, comestível, de sabor e cheiro muito característicos.
Regiões de ocorrência: a espécie Hymenaea courbaril ocorre em toda a região amazônica e nordeste do país, enquanto a variedade stilbocarpa é amplamente distribuída em todo o Brasil Central, São Paulo e Mato Grosso do Sul, em matas ciliares e na floresta semidecídua. A outra espécie amazônica, Hymenaea parvifolia, é mais freqüente no baixo Amazonas. Já a espécie Hymenaea stigonocarpa é característica e exclusiva do cerrado. As demais espécies são exclusivas da mata atlântica.
Utilidades: pelo ferimento de seu tronco fornece uma resina conhecida como "jutaicica" ou "copal" empregada na indústria de vernizes. Seu tronco também fornece madeira dura incorruptível, pesada (densidade média de 0,95 g/cm3), de cor vermelho-pardacenta, muito durável quando fora do chão, utilizada para construção pesada, esteios, vigas, assoalhos, carrocerias, , móveis, tonéis, etc. Sua casca fornece corante amarelo. Sua resina, folhas e sementes são utilizadas na medicina caseira. A polpa das sementes é rica em cálcio e magnésio e além de fornecer alimento a fauna, é ótima para alimentação humana. Seus frutos são comercializados em feiras regionais de todas as regiões onde ocorre esta planta. A polpa é consumida "in natura" e na forma de geléia, licor e farinhas para bolos pâes e mingaus. Existem dezenas de receitas para confecção de bolachas, pães, bolos e mingaus com a farinha de jatobá.
Informações ecológicas: é uma planta perenifólia ou semidecídua dependendo da espécie, ou seja, que não perde totalmente as folhas durante o ano ou as perde parcialmente. Pouco exigente em fertilidade do solo, é adaptada ao crescimento a pleno sol ou a meia sombra, com nítida preferência por solos bem drenados. Floresce durante os meses de outubro-dezembro e frutifica a partir de setembro, extendendo-se até janeiro. Devem ser coletados no chão sob as árvores, mesmo depois de várias semanas da queda. A obtenção de mudas é relativamente fácil, obtendo-se rápida germinação de suas sementes quando levemente escarificadas devido à dureza de seu tegumento. Sem esse processo o índice de germinação é menor e o tempo de germinação aumenta
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