Nome popular: cafeeiro
Nome científico: Coffea arabica L
Família botânica: Rubiaceae
Origem: África
"E eu sinto o gosto, o aroma,o sangue quente de São Paulonesta pequena noite líquida e cheirosaque é a minha xícara de café." MARTIM CERERÊ Cassiano Ricardo
Características da planta
Arbusto de até 4 m de altura, caule reto de casca cinzenta e rugosa. Copa cônica com ramos laterais pendentes. Folhas onduladas nos bordos e de coloração verde-acinzentada quando jovens, verde-brilhante posteriormente. Flores brancas aglomeradas ao longo dos ramos, aromáticas e atrativas para abelhas.
Fruto
Forma ovóide, verdes passando a vermelho e tornando-se preto de acordo com as fases de maturação. Casca lisa e brilhante, contendo sementes de coloração acinzentada, branco-amarelada ou amarelo- esverdeada, envoltas por polpa branca, adocicada.
Cultivo
Prefere regiões de clima ameno, não suporta geadas. Necessita de solos férteis, drenados e arejados. Desenvolve-se melhor em locais sombreados. Há muitas variedades e delas obtém-se os diversos sabores e aromas do café. Frutifica de maio a julho.
"As mais aprofundadas investigações históricas têm permitido estabelecer que o uso da beberagem feita com as sementes do cafeeiro foi iniciado pelos árabes do Yemen, no sétimo século da nossa era,portanto entre os anos 600 e 700. O "kahwah" ou "cavé"fora, então, para ali trazido de longe,de sua pátria, das terras altas da misteriosa Abissínia, onde não se Ihe conhecia qualquer préstimo" DICIONÁRIO DAS PLANTAS UTÉIS DO BRASIL e das exóticas cultivadas M. Pio Corrêa (1926)
Embora existam ainda algumas divergências quanto ao local e à época exatos em que se iniciou o cultivo e o uso sistemático do café, parece certo que a África foi o berço da espécie Coffea. É certo, também, creditar-se ao povo árabe tal façanha.
Parece que foram os próprios árabes, em seus processos expansionistas, os grandes disseminadores da espécie por todo o mundo conhecido em sua época. E é por esse motivo que uma das espécies mais conhecidas e cultivadas comercialmente hoje em dia, a primeira a ser descrita pelos árabes e a chegar ao continente europeu, tenha sido justamente batizada como Coffea arabica.
Tudo leva a crer que exemplares nativos dessa espécie podiam ser encontrados em toda a faixa equatorial que atravessa o continente africano, desde a Etiópia até o Congo, alcançando o sul de Angola.
A partir de seus centros de origem e de dispersão, o café iniciou sua grande migração ao redor do mundo. Com os árabes, seu cultivo foi levado para as regiões litorâneas do Mar Vermelho. Em 1690, o café foi dali para as ilhas de Java, Bornéu e Sumatra, na Indonésia, levado pelos holandeses. Da indonésia, rapidamente partiu para as terras do atual Sri Lanka, no Oceano Índico, por onde chegou à Índia e penetrou no continente asiático.
No início do século XVII, o café proveniente dessas regiões alcançava altos preços no mercado europeu e já era fartamente comercializado pelos holandeses e venezianos, que se apressaram a juntar os sacos de café às preciosas especiarias trazidas do Oriente.
"Quedê o sertão daqui? Lavrador derrubou.Quedê o lavrador? Está plantando café.Quedê o café? Moça bebeu.Mas a moça onde está? Está em Paris." MARTIM CERERÊ Cassiano Ricardo
Reputado como produto de grandes propriedades medicinais, revigorador do intelecto e excitante, o café foi introduzido na Europa e passou a ser cada vez mais consumido: os grãos de café, torrados e moídos, eram colocados na água quente e consumidos à moda dos árabes, o que incluía a aromatização com canela e cravo da Índia.
Logo as cidades européias ganharam cafeterias em profusão, onde se reuniam escritores, filósofos e artistas em torno da bebida café em suas variadas preparações.
Desde então, ou até mesmo muito antes disso, o café já tinha encontrado sua verdadeira vocação: o aroma e o sabor do líquido escuro, sorvido em pequenos goles, têm a capacidade de reunir as pessoas e, mesmo que por poucos minutos, instaurar o silêncio e fazer refletir.
Entre 1706 e 1718, período curto considerando-se as distancias e as dificuldades de transporte da época, o café foi levado, pelas mãos dos holandeses, da Indonésia até a América, passando antes pelos jardins botânicos europeus.
Nas possessões da França e da Holanda na América do Sul e nas Antilhas, iniciou-se prontamente o seu cultivo e, por questões de segurança e de monopólio, tornou-se proibida a venda de qualquer café que fosse capaz de nascer, crescer e produzir.Apesar de tantos cuidados, menos de 10 anos depois o café chegou ao Brasil, mais precisamente em Belém do Pará, pelas mãos do sargento-mor Francisco de Melo Palheta, que obteve mudas e sementes não se sabe ao certo de que forma. No mesmo ano de 1727, o café começou a ser cultivado em terras brasileiras, expandindo-se logo em seguida para outras regiões: Maranhão, Ceará, Vale do São Francisco, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Nesses primeiros tempos, no entanto, a importância do café na economia do país ainda era inexpressiva. Em tempos de parcos conhecimentos e de poucos recursos e nas oscilações dos preços internacionais, a cultura do café não se estabeleceu facilmente.
Cultura nômade e exigente - "polvo com milhões de braços" como disse Monteiro Lobato em seu livro "A onda verde" - o café caminhava sempre em busca de terras novas, à medida em que se exauriam os solos. Essa é, aliás, uma das principais características da história da lavoura cafeeiras o nomadismo.
No final do século XVIII, o café estava chegando ao Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo: era o início da grande saga do café do Brasil.
Alguns anos depois, na região de Campinas, porta de entrada para as áreas paulistas de "terra roxa", as plantações de café começaram a mostrar todo o seu potencial econômico. Em pouco tempo, na metade do século XIX, São Paulo já aparecia nas listas dos grandes produtores e exportadores de café.
As plantações foram se diversificando: os governos e os produtores começaram a investir em pesquisas para o melhoramento da espécie e para a criação de novas linhagens e no desenvolvimento de técnicas de plantio, colheita e beneficiamento.
As altas sucessivas do preço internacional do café, conseqüência da expansão do mercado norte- americano, foram empurrando e ampliando a cafeicultura para o Oeste, por todo o interior do Estado de São Paulo e adjacências.
O volume de capital gerado e movimentado com a atividade cafeeira e com o estabelecimento das grandes fazendas modificou completamente o modo de vida das regiões produtoras e levou os "Barões do Café" a ocuparem lugares de proeminência na cena política nacional.
Em 1920, o Brasil passou a ocupar o primeiro lugar entre os países exportadores de café de todo o mundo posigão esta que manteve por muitos anos - e que ligou seu nome, de maneira definitiva, com a imagem do café.
Desde que atingiu seu apogeu no Brasil, com períodos de maior ou de menor crise, pode-se dizer que a cultura do café aí se manteve. Prosseguindo seu movimento de migração, o café passeou por muitas regiões, atingindo um pico impressionante em algumas delas e, rapidamente, entrando em declínio, como foi o caso do Estado do Paraná após a grande geada de 1975.
Hoje em dia seu cultivo avança nas terras dos cerrados de Minas Gerais, onde o clima e o solo favorecem sobremaneira o plantio do Coffea arabica, conquistando uma altíssima qualidade, já reconhecida pelo mercado internacional.
Existem inúmeras variedades de cafés conhecidos como Arábica: tipos e linhagens diferentes de cafés; de maior ou menor produtividade, rusticidade e resistência às pragas e às intempéries; mais ou menos exigentes de cuidados; e dos quais se obtêm grãos, pós e bebidas de qualidades e preços também extremamente variados.
Algumas dessas variedades - muitas vezes obtidas . através de experimentos de seleção, cruzamentos, hibridação ou por puro acaso genético - nasceram e se desenvolveram em terras e solos brasileiros, tais como o Amarelo de Botucatu, o Maragogipe Vermelho, o Maragogipe Amarelo, o Caturra Vermelho, o Caturra Amarelo, o Bourbon Amarelo, o Mundo Novo, o Catuaí Vermelho, o Catuaí Amarelo, entre outros.
"Um cafeeiro de Amsterdã, deu origem aos cafezais de Suriname, da Güiana e do Brasil.Novamente, foi de um cafeeiro do Rio de Janeiro que se originaram as primeirasplantações dos Estados do Rio, Minas Gerais e São Paulo. Também uma única planta deJundiaí deu origem aos cafezais de Campinas e regiões circunvizinhas. Os cafezaisbrasileiros constituíram assim, enorme progênie de um só cafeeiro, C. arabica cv. Arábica,café também conhecido como Nacional, Crioulo e Típica." HISTÓRICO DE DESENVOLVIME.NTO DO CULTIVO DO CAFÉ NO BRASIL
Alcides Carvalho
Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br
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OS BENEFÍCIOS DO CAFÉ PARA SAÚDE
O café é uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo, apesar de alguns preconceitos. Entretanto, tomar um “cafezinho” em doses moderadas pode trazer à saúde mais benefícios que o simples prazer de degustar a tradicional bebida.
O café é uma bebida rica em minerais, contém vitamina B, ácidos clorogênicos, antioxidantes naturais, nutrientes que ajudam a prevenir a depressão e suas conseqüências como o tabagismo, alcoolismo e consumo de drogas. A recomendação dos especialistas é de um consumo de 3 a 4 xícaras diárias (cerca de 500 mg de cafeína), o que estimula a atenção, concentração, memória e o aprendizado escolar.
O consumo diário e moderado de café pelos adultos também pode ajudar ainda a combater a depressão, a quarta principal causa de morte no mundo atualmente, mas que poderá vir a ser a segunda em 2020, conforme informações da OMS (Organização Mundial da Saúde), depois do infarto do miocárdio.
Fonte: www.bombeiros.mt.gov.br
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