sábado, 5 de dezembro de 2009

Pepinos

Classificação Botânica
O Pepino, Cucumis sativus, faz parte da Família das Cucurbitaceae e da Tribo das Melothrieae. O gênero Cucumis compreende por volta de 38 espécies conhecidas.


Existem cinco tipos de pepino.

1. Os pepinos de campo aberto, cuja epiderme é recoberta de pequenos espinhos brancos ou pretos.
2. Os pepinos de estufa, que têm uma epiderme lisa e que são derivados de tipos orientais com frutos muito alongados.
3. Os pepinos de tipo “Sikkim”, cuja epiderme é de tom vermelho-laranja.
4. Os pepinos com pequeninos frutos para conservas que chamamos cornichão ou gherkins.
5. Os pepinos de forma redonda de tipo “Apple” ou “Lemon”.

História




O pepino é uma planta anual originária da Índia. Seu ancestral selvagem é a espécie Cucumis hardwickii royale que ainda se encontra às vezes nos vales sub-tropicais do Himalaia. Essa espécie é naturalmente amarga e encontramos essa amargura nas formas cultivadas, na epiderme ou nas variedades a longos frutos, na parte próxima ao pedúnculo.


Ele foi cultivado no vale de Indus há pelo menos três mil anos e é chamada em sânscrito “soukasa”. O pepino se expandiu em seguida para a China e o Oriente Próximo. Encontramos o pepino nos antigos Egípcios e o povo Hebreu lamentou, no deserto do Sinai, os pepinos do Egito. Sua cultura na Europa central é datada de mais de dois milênios, segundo as escavações arqueológicas realizadas na Polônia ou na Hungria. Foram, principalmente os Chineses e os Japoneses que desenvolveram as variedades com frutos longos a partir dos quais são saídas várias variedades modernas.

A cultura dos pepinos se mostra às vezes delicada para alguns jardineiros. Podemos então aconselhá-los a amansar os jardins recalcitrantes com variedades de pequenos frutos tais como a variedade “Lemon” ou as variedades originárias da Rússia que, normalmente, são muito menos exigentes. Só podemos destacar novamente que, contrariamente ao que dizem algumas fábulas, os pepinos crescem em completa harmonia com os melões e as melancias. A proximidade de um pepino bem sumarento e crocante, no jardim, não pode em caso algum impedir um melão de desenvolver um belo sabor frutado.

Nutrição
No Marrocos, o pepino descascado é prescrito para acalmar as febres e para aliviar o estômago. A polpa é utilizada em uso externo nos pruridos e irritações locais.

Conselhos de jardinagem
Os pepinos e os cornichões se semeiam, em viveiros, por volta de 6 a 8 semanas antes do período de transplantação.

Polinização
O pepino é uma planta monóica, isto é, que carrega na mesma planta as flores machos e as fêmeas em lugares diferentes.

O pepino pode ser auto-fecundado: uma flor fêmea pode ser fertilizada por pólen vindo de uma flor macho da mesma planta.

Entretanto, as fecundações cruzadas são predominantes: a flor fêmea é fertilizada por pólen vindo de diferentes plantas da mesma variedade ou de uma outra variedade.

O principal vetor dessas polinizações cruzadas são as abelhas. Em função das regiões e dos ambientes, a distância de isolamento aconselhada entre duas variedades de pepinos varia de 400 metros a 1 quilômetro.

No início do crescimento, há normalmente um pouco mais flores machos do que fêmea. A expressão sexual, no pepino, é geralmente influenciada pelo ambiente. As flores machos predominam em dias longos e com forte intensidade solar. As flores fêmeas predominam em dias mais curtos e com intensidade solar menor.

Pesquisas recentes tendem a destacar que o maior número de flores fêmeas é produzido nos dias de 11 horas.

A técnica de polinização manual, quando se têm muitas variedades de pepinos no mesmo jardim, é a mesma que para as abóboras.

Ela consiste a ligar, à noite, as flores machos e fêmeas que vão se abrir na manhã seguinte. A ligadura se efetua na extremidade da flor. Nós utilizamos simplesmente fita adesiva destinada a proteger os bordos dos portais nos trabalhos de pintura. É aconselhável ligar pelo menos duas flores machos a cada flor fêmea a polinizar.

De manhã, as flores machos são colhidas, liberadas de sua ligadura e suas pétalas são retiradas. A fita adesiva da flor fêmea é em seguida tirada delicadamente. Se uma ou outra flor, uma vez liberada da ligadura, não se abre totalmente e naturalmente, é porque ela não está “madura”, e não podemos então utilizá-la para o processo de polinização manual.

A polinização é efetuada caiando o pólen das flores macho sobre o estigma da flor fêmea. Deve-se ser muito vigilante, pois às vezes acontece que uma abelha pouse bem no meio do processo de fecundação. Esse último deve então ser abandonado por causa da intrusão de pólen estranho.

Quando a polinização se efetua corretamente, deve-se fechar cuidadosamente a flor fêmea envolvendo-a delicadamente com uma fita adesiva. Não se deve esquecer de fixar logo, uma ligadura hortícola em volta do pedúnculo da flor polinizada a fim de se poder reconhecer facilmente no final da estação os frutos que terão sido polinizados manualmente. A ligadura deve ser bastante frouxa para permitir ao pedúnculo de crescer sem problemas.

É aconselhável efetuar essa polinização manual de manhã o mais cedo possível. De fato, as polinizações manuais efetuadas no final da manhã em estação muito quente têm poucas chances de terem sucesso na medida em que o pólen terá esquentado e fermentado e não será mais viável.

Não é sempre fácil determinar com segurança as flores de pepino que estão próximas da abertura. É um processo que exige muita perspicácia e uma grande paciência. Nós aconselhamos aos iniciantes a treinarem essas técnicas de polinização manual começando com as abóboras.

As chances de sucesso para as polinizações manuais de flores de pepino são por volta de 85%. É desaconselhável utilizar essa técnica fora dos períodos de seca ou muito forte calor.

Para uma produção de sementes que beneficie de uma boa diversidade genética, é recomendável cultivar no mínimo 6 plantas de cada variedade. O ideal é de cultivar uma dúzia.

Os jardineiros que desejam produzir suas próprias sementes podem, sem problema, cultivar juntas uma variedade de pepino (Cucumis sativus), uma variedade de melão (Cucumis melo) e uma variedade de melancia (Citrullus lanatus). Essas plantas não podem se hibridar de forma mútua.

Produção de sementes
É indispensável deixar amadurecer completamente os frutos na planta antes de extrair as sementes. Isso quer dizer que os pepinos não são mais comestíveis: eles engordaram e começaram a amolecer. Na maturidade completa, a epiderme do fruto toma a cor final que é característica da variedade. Além do mais, quando as sementes estão maduras no interior do fruto, o pedúnculo tem tendência a secar. A extração de sementes se efetua cortando os frutos em dois pedaços no sentido do comprimento e esvaziando a cavidade central com uma colher.

É indispensável deixar amadurecer completamente os frutos

É aconselhável deixar fermentar as sementes, durante alguns dias (em função da temperatura ambiente) em um pouco de suco e água. A água não deve ser colocada em excesso, pois isso pode frear o processo de fermentação. O recipiente deve ser deixado num lugar sombreado e protegido, recoberto com um filó a fim de evitar que as moscas penetrem.

Foto. A extração de sementes se efetua cortando os frutos em dois pedaços no sentido do comprimento e esvaziando a cavidade central com uma colher.

O processo de fermentação permite as sementes de se soltarem mais facilmente da polpa que as envolve e serem limpas mais facilmente.

O processo de fermentação é terminado quando a maioria das sementes foi ao fundo do recipiente. Elas são então lavadas na água com uma peneira fina e colocadas para secar logo depois.

Durante os dois primeiros dias de secagem, é aconselhável tirar, com os dedos, as sementes coladas umas nas outras. A secagem leva de 5 a 10 dias, em função das condições climáticas ambientes.

Elas são então lavadas na água com uma peneira fina

As sementes de pepino e de cornichões têm uma duração germinativa média de 10 anos ou mais. Pode-se encontrar aproximadamente de 100 a 500 sementes em um fruto, em função das variedades. Em algumas variedades só se encontram 30 a 40 sementes por grama.

Uma pequena história, R.W. Robinson conta que sementes de uma variedade de pepino originária da Índia, produzidas em 1955 (na estação experimental de Genebra no estado de New York) e estocadas desde 1971 (a alguns graus abaixo de 0°C e com 17% de umidade relativa) foram semeadas em 1986: após 31 anos, as sementes germinaram a mais de 90% e produziram plântulas vigorosas!

Sementes de pepino na India.

Essa variedade sem nome da Índia, dotada de matrícula PI197087 era resistente a 7 doenças e às aranhas vermelhas. Ela foi utilizada como parente das variedades modernas, Pixie e Polares. Essa história revela primeiramente, a capacidade das sementes em perdurar no tempo, em boas condições de conservação. Ela revela, em seguida, a extrema importância da biodiversidade. Uma variedade desconhecida da Índia pôde passar a sua resistência a numerosas doenças a variedades modernas utilizadas na agricultura intensiva.

L.N.Bass contou ainda, em 1980, que ele teve poucas baixas germinações na maioria das variedades de pepino, de melão e de melancias, no final de 9 anos de conservação a 10°C e 50% de umidade relativa. Essas pesquisas provam que sementes de pepino podem guardar sua capacidade de germinação intacta durante mais de um quarto de século quando são conservadas no fresco e seco.

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