Nome comum
Pilriteiro
Nome científico
Crataegus monogyna
Distribuição
Todo o país.
Descrição geral
É um arbusto ou pequena árvore que pode alcançar os 10 m de altura. Tem um tronco simples ou muito ramificado desde a base, formando uma copa muito variável, As folhas são compridas obovadas, com 3 a 7 lobos, apresentando uma tonalidade verde-escura brilhante na página superior, sendo claras e baças na página inferior. As flores são brancas róseas reunidas em corimbos e os frutos são globosos ou ovóides de cor vermelha, brilhantes ou de cor castanho avermelhados. Floração de Abril a Maio.
Habitat
É comum encontrá-lo junto de matagais, sebes, bosques e solos calcários.
Curiosidades
A flor do pilriteiro é utilizada, em tisana (chá), como regulador do ritmo cardíaco. Também possui propriedades sedativas e constitui um medicamento muito eficaz contra a angústia e a irritabilidade. A madeira é muito dura.
Autor Fotografia
Naturlink
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PilriteiroCrataegus monogyna Jacq.
Crataegus oxyacantha L.
Nomes comuns:
Abronceiro; Branca-espinha; Cambrulheiro; Escambrulheiro; Espinha-branca; Cambroeira; Combroeiro; Escalheiro; Escrambrulheiro; Espinha-branca; Espinheiro-alvar; Espinheiro-branco; Espinheiro-ordinário; Estrapoeiro; Estrepeiro; Pilriteiro; Pirliteiro; Pilrito (fruto); Pilrete (fruto)
É uma planta celebrada por poetas e romancistas sob os mais diversos nomes. Estes arbustos, que podem atingir uma idade de 500 anos, são ainda, apesar dos seus espinhos e da dureza da sua madeira, o símbolo da delicadeza e da mais subtil beleza. Era da sua madeira, dura como o ferro, que outrora se faziam os cepos para os suplícios. Os seus frutos – os pilritos - foram alimento para os homens da Pré-História, como o comprovam os vestígios de caroços encontrados nas ruínas de cidades lacustres. Recentemente, médicos americanos puseram em evidência a sua poderosa acção cardíaca. Este género botânico possui várias espécies, todas próprias das regiões temperadas, que apresentam um lenho muito duro e são de crescimento lento.
O PILRITEIRO encontra-se por toda a Europa, quer em moitas, quer na orla dos bosques, até mesmo em encostas declivosas; este arbusto também é usado para fazer sebes, dado que suporta bem a poda, sendo muito decorativo quando em floração ou frutificação, com os seus característicos pilritos. Dão alimento e são lugar de refúgio para numerosos insectos e aves, pelo que é de toda a conveniência proteger esta espécie no seu habitat natural, ou usá-la em parques públicos e, até, nos nossos jardins particulares.
Para o seu cultivo devem semear-se as sementes maduras ao ar livre, no fim do Inverno, ou início da Primavera, ou plantar os arbustos pequenos desde o Outono até ao começo da Primavera. Para fazer uma sebe, plantar os arbustos espaçados 30 ou 40 cm. A poda deverá ser feita entre o Verão e a Primavera.
Como a madeira é rija e compacta é boa para cabos de ferramentas e alfaias agrícolas, sendo o carvão de pilriteiro de muito boa qualidade.
Dos PILRITOS também se pode fazer licor. Já o adquiri num restaurante, na Aldeia de Santo António, em pleno Parque da Serra de Aire e Candeeiros, restaurante que também vende produtos artesanais, feitos por habitantes daquelas aldeias serranas.
Para uma informação de carácter científico minucioso, recomendo uma visita ao sítio
Flora Digital de Portugal - Jardim Botânico da UTAD:
http://aguiar.hvr.utad.pt/pt/herbario/cons_reg_esp2.asp?especie=Crataegus+monogyna&ID=1639
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Do livro de Zélia Sakai, «Guia Ecológico das PLANTAS AROMÁTICAS E MEDICINAIS», edição Círculo de Leitores, 2000, transcrevo na íntegra, com os devidos agradecimentos, o seu texto sobre o PILRITEIRO, por integrar diversas vertentes acerca desta espécie botânica (pp. 98 e 99):
“O pilriteiro é um arbusto espinhoso tanto mais belo quanto mais avançada for a sua idade. Floresce geralmente no mês de Maio. As minúsculas flores brancas são formadas por 5 pétalas. Os frutos, de um vermelho vivo, adquirem a maturação no final do Outono. Distinguem-se duas fases de maturação dos frutos. A primeira pelo Verão de São Martinho. O suave calor do Verão tardio vai-lhes acentuando a cor vermelho-viva. A segunda fase dá-se em Dezembro e é considerada a maturidade doce. Na verdade os frutos são muito saborosos. A sua cor vermelho-viva alcança então a plenitude com a influência benéfica da lua cheia, que incide com maior intensidade sobre a Terra nesta época do ano. O seu valor nutritivo e curativo atinge, nesta fase, os níveis mais elevados, como se pode confirmar pelo aumento de vitalidade e do efeito cardiotónico.
Sabe-se que o espinheiro-alvar é apreciado desde a Antiguidade. Foram encontrados caroços de pilriteiro conjuntamente com utensílios feitos de madeira dos seus fortes caules, em grutas habitadas pelos povos primitivos. Diz-se que Pitágoras, filósofo grego do séc. VI a.C., louvava os seus efeitos benéficos sobre as fraquezas do coração causadas pelas doenças de sangue ou por ardentes paixões. Nos estudos hipocráticos aparecem referências aos efeitos preventivos e curativos desta planta contra várias doenças, nomeadamente as relacionadas com o sistema circulatório.
Colheita: As folhas verdes podem colher-se durante todo o ano, com excepção da época de floração. Os frutos colhem-se bem maduros e de preferência no final da tarde. Em seguida colocam-se num cesto protegidos da luz e de eventuais contaminações.
Conservação: As folhas mantêm a cor e a vitalidade cerca de 5 dias. Os frutos maduros são muito sensíveis e, passados 2 ou 3 dias depois de colhidos, começam a perder o tom vermelho-vivo acabando por escurecer, sinal de oxidação. Neste caso têm de se inutilizar porque podem provocar intoxicações. Devem tomar-se após a colheita para um melhor aproveitamento das suas vitudes intrínsecas.
Forma de utilização: Folhas verdes em infusão.
Frutos no estado natural.
Indicações: A infusão proporciona principalmente os efeitos purificante, vitamínico, febrífugo e diurético. Pode tomar-se após o almoço, o que facilita o processo digestivo e evita a astenia. Os frutos maduros proporcionam, em especial, os efeitos purificador, cardiotónico, antioxidante, antiescorbútico, antipernicioso, béquico, galactogogo e revigorante. Recomendo 5 frutos diariamente durante 5 dias consecutivos e em seguida acrescenta-se mais um fruto cada dia, durante 3 semanas. Depois vai-se diminuindo gradualmente. Repete-se este tratamento várias vezes enquanto houver frutos maduros e saudáveis. Para optimizar o efeito deste tratamento, toma-se também a tisana de 2 a 3 vezes por semana durante 3 meses no mínimo.
Estes frutos vermelhos e deliciosos constituem parte de celebração do solstício de Inverno da Casa da Paz. Nesta época em que se dá o retorno da energia acumulada no interior da terra durante o Outono e em que se começa a manifestar na semente que germinou, nas novas folhas que despontam, na luminosidade intensa graças à ascensão da energia, necessitamos de estímulos que só frutos naturais nos podem proporcionar para acompanhar com saúde e alegria a mudança do ano velho para o ano novo.”
Obs.: A autora vive no interior da Serra de Monchique, na sua Casa da Paz,
onde desenvolve os seus estudos sobre plantas e um desinteressado
trabalho de educação ambiental.
Bibliografia:
«Medicina Vegetal – Teoria e Prática conforme a Naturopatia», Dr. José Lyon de Castro, Publicações Europa-América, Lisboa, 1981.
«Segredos e virtudes das plantas medicinais», ed. Selecções do Reader’s Digest, Lisboa, 1983.
«O Grande livro da PLANTAS ÚTEIS», Lesley Bremness, ed. Verbo, Lisboa,
1989.
«História Natural de Portugal e da Europa», Michael Chinery, ed. Verbo, Lisboa, 1990.
«Arbustos Silvestres e de Jardim», Bruno P. Kremer, Círculo de Leitores, Lisboa,1998.
«Mini-Enciclopédia das Medicinas Naturais – Resumo histórico dos remédios da avozinha»», Georges Millanvoye, Círculo de leitores,Lisboa 1990.
«Guia Ecológico das Plantas Aromáticas e Medicinais», Zélia Sakai, Círculo de Leitores, Lisboa, 2000.
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