sábado, 5 de dezembro de 2009

Pimenta de macaco



Nome científico: Piper aduncum L.

Família: Piperaceae.

Sinônimos botânicos: Artanthe adunca (L.) Miq., Artanthe celtidifolia (Kunth) Miq., Artanthe elongata (Vahl) Miq., Artanthe galleoti Miq., Piper aduncifolium Trel., Piper anguillaespicum Trel., Piper celtidifolium Kunth, Piper cuatrecasasii Trel. (nome inválido, falta a descrição em latim), Piper cumbricola Trel. (nome inválido, falta a descrição em latim), Piper disparispicum Trel., Piper elongatifolium Trel., Piper elongatum Vahl, Piper fatoanum C. DC., Piper flavescens (C. DC.) Trel., Piper illudens Trel. (nome inválido, falta a diagnose em latim), Piper intersitum Trel. in H. Daniel (nome inválido, falta a diagnose em latim), Piper kuntzei C. DC., Piper lineatum var. hirtipetiolatum Trel., Piper multinervium M. Martens & Galeotti, Piper oblanceolatum var. fragilicaule Trel., Piper pseudovelutinum var. flavescens C. DC., Piper purpurascens D. Dietr., Piper reciprocum Trel., Piper stevensonii Trel. & Standl. (sem descrição em latim), Piper submolle Trel., Steffensia adunca (L.) Kunth, Steffensia elongata (Vahl) Kunth.

Outros nomes populares: aperta-ruão, pimenta-longa, aduncum, tapa-buraco, pimenta-de-fruto-ganchoso, jaborandi-do-mato, erva-de-jaboti, matico-falso, falso-jaborandi, jaborandi, jaborandi-falso, apertaruão.

Constituintes químicos:

Propriedades medicinais: adstringente, antiofídico, colagogo, diurético, resolutivo, tônico do útero.

Indicações: blenorragia crônica, cistite, diarréia, disenteria, ferida crônica, fígado, hemorragia, hemorróida, inflamação, mal estomacal, mau hálito, obstrução, pielite, prolapso, queda de cabelos, rins, úlcera externa, uretrite.

(Caldeirão de Novidades)
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O tamanho delas: aí, um palito de fósforo padrão.


Demorei para descobrir que a iquiriba que o Carlos Alberto Dória mostrou na sua aulasobre culinária brasileira, na Escola Wilma Kovesi, também atendia pelo nome de embiriba, pelo jeito o mais comum. E, como não tínhamos o nome científico, gastei algum tempo também para diferenciar duas plantinhas do gênero Xylopia. Acontece que um outro frutinho, mais comprido, também recebe os mesmos nomes, porém parece que é mais conhecido como pimenta-de-macaco. Ambos apresentam sabor resinoso e apimentado (que se sente na raíz da garganta e não na ponta da língua). Lembra ainda tabaco, pimenta de Sechuan e, descobri há pouco, de tanto mastigar as duas enquanto pesquisava, que lembra bastante o sabor do misque, aquela resina da planta Pistachia lentiscus, vendida em cristais para aromatizar o mualabie - o manjar de leite que me inspirou no mingau.

Iquiriba: fui apresentada a ela na aula do Dória O Dória, se não me engano, encontrou os frutinhos secos no mercado Ver-o-peso, onde é vendido para garrafadas, xaropes, afrodisíacos. Cheguei aqui curiosa para saber mais a respeito e no outro dia, ao acaso, encontrei no Mercado da Lapa, numa loja de ervas medicinais e de candomblé. Encontrei ainda a pimenta-de-macaco, que o Dória não citou, mas esta eu conhecia e até então não sabia que eram parentes tão próximos. Achei um pouco mais fraca. Mas as duas são muito parecidas na personalidade aromática.


Xylopia aromática ou pimenta-de-macaco: também chamada de pimenta-de-gentio, pimenta-de-negro, pimenta-do-campo, pimenta-da-costa, pimenta-do-sertão, embira, envira, pacovi, pachinhos...

Quando os portugueses chegaram, estes e vários outros frutinhos picantes deste gênero já estavam aqui, espalhados da Bahia à Amazônia e chegaram a substituir a pimenta-do-reino. Por isto, são conhecidas também como pimentinhas e as árvores, como pimenteiras. Olhe só a confusão. Não tenho notícias de que sejam muito usadas atualmente como condimento, além da cachaça e que tais, mas se alguém tiver informações que complementem este post, elas serão bem-vindas. Mesmo porque falta-me tempo agora para estudar mais. Sei que há muitas pesquisas científicas sobre suas propriedades inseticidas e acaricidas (para matar ácaros que atacam plantações, pois em sua composição apresenta α-pineno, α-terpineno e limoneno, que agem como tal) e que popularmente sua infusão é usada para o tratamento de problemas gástricos e como afrodisíaco (além de condimentar cachaças). Outras substâncias como o mirceno, ocimeno, citronelol e carvona também são responsáveis pelo delicioso aroma (mais do fruto seco que nas sementes - eu achei). Na aula, o Doria apresentou o aroma na forma de caldinha de açúcar que serviu com queijo. Uma delícia intrigante e resinosa. Só para testar, aromatizei o leite fazendo uma infusão com os frutos levemente socados e usei para fazer um simples mingal de maisena. Para não ficar muito sem-graça e já que estava me inspirando no mualabie, fiz uma compotinha rápida com as uvaias maduras que tinha no quintal. E não é que ficou bom? Então, vai a dica: perfume o leite e use em arroz doce, doce de leite, pudins e bolos. E as infusões com água, use para caldas, compotas, licores, molhos para carnes e etecéteras.
Mingau perfumado com embiriba com compota de uvaia

6 frutinhos de embiriba
1 xícara de leite
1 colher (sopa) rasa de açúcar ou a gosto
1 colher (sopa) rasa de maisena
1 pitada de sal
Para a compota
4 uvaias maduras
1 colher (sopa) de açúcar
2 colheres (sopa) de água
Quebre os frutinhos no pilão e junte ao leite. Leve ao fogo e deixe ferver. Desligue o fogo, tampe e espere esfriar totalmente. Coe, junte o açúcar, a maisena e a pitada de sal e leve ao fogo, mexendo sempre, até engrossar. Cozinhe por 1 minuto e tire do fogo. Mexa até amornar (eu deixei esfriar, formou uma crostinha que eu não queria, por isto bati com mixer o que resultou nestas bolhinhas indesejáveis que aparecem na foto - mas para todo o efeito, são efeitos).
Compota: lave bem as uvaias, corte ao meio, tire as sementes e reserve. Leve ao fogo o açúcar misturado na água e deixe ferver e dissolver. Junte a uvaia, espere aquecer bem e tire do fogo. Sirva com o mingau. Rende: 1 porção

1 comentário:

  1. Olá! Gostaria de uma ajuda, se possível: na minha infância, convivi com uma árvore de porte médio (5 ou 6m de altura), de casca grossa e bem copada, que todos chamavam de pimenta de macaco. Hoje, gostaria muito de saber que árvore era realmente, mas me parece que não é a pimenta de macaco que todos mostram (Xylopia aromatica). A flor não era vermelha e comprida igual se mostra, mas sim branca e mais quadradinha, lembrando um diamante. Vc pode me ajudar? Obrigado.

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