sábado, 5 de dezembro de 2009

Tomate



O tomate foi levado para a Europa no século XVI pelos espanhóis, mas foi ignorado durante quase 200 anos. Era usado como planta ornamental. Temia-se que fosse um fruto venenoso. Depois, foi classificado como afrodisíaco. Até que a cidade de Nápoles, um dos centros de referência da Dieta Mediterrânea, ajudou a construir a fama mundial do tomate.

Na luz alegre do verão, na intimidade de um pequeno porto em Nápoles, o Vesúvio e um castelo servem de fundo para a mesa da dieta que pode reduzir os riscos de tumor em 22% – um índice muito alto.

A dona de restaurante Carmela Abate mostra as grandes invenções da cozinha napolitana e que fazem bem à saúde. A “fresella”, uma torrada de pão velho temperada com a essência dos sabores da região é Dieta Mediterrânea.

Primeiro, tomate de Sorrento, ideal para salada. Azeitonas verdes, orégano, pouca cebola. As folhas de manjericão são cortadas para exprimir melhor o gosto e o perfume. Em seguida, rúcula e azeite extra-virgem de oliva. A torrada deve ser banhada na água.

“Esta receita faz bem ao coração e dá muita alegria. A nossa cozinha deve muito ao tomate. E também ao Vesúvio. Sim, porque os tomatinhos do Vesúvio são absolutamente os melhores e os mais cremosos. São pequenos, com uma ponta”, diz ela.

Setenta anos atrás, o agricultor Vincenzo Manzo já se dedicava a cachos do tomatinho. De um vermelho ardente, o tomate do Vesúvio é cultivado sem irrigação e nutrido pelas riquezas que a lava semeou um dia, principalmente o potássio.

Casas vesuvianas repletas de tomates suspensos ainda existem. Os cachos resistem à chegada do inverno em lugar fresco. A casca espessa limita a desidratação do fruto. Mas foi a pele dos italianos que impressionou, pelo brilho. E também o entusiasmo deles pela vida, aos 80 anos.

“Um dia, um médico veio aqui e falou que tínhamos vitamina C pura em casa. Eu como tomate todos os dias, com pão, macarrão, batata. Ponho tomate em tudo”, conta a dona de casa Ângela Guida.

Aos 72 anos, o produtor de tomate Antônio Minieri diz: “É o trabalho que me rejuvenesce. Trabalho 20 horas por dia. No mercado às 3h e depois no campo”.

Esse modelo de alimentação nasceu com os camponeses e com os produtos que eles próprios colhiam.

“A Dieta Mediterrânea era um tipo de vida definido pelo percurso do sol no céu. Ao amanhecer, café da manhã. Ao meio-dia, almoço. No pôr-do-sol, jantar. Os alimentos são divididos em três porções. Comia-se mais no almoço. Hoje comemos mais no jantar. Este é o viver mediterrâneo. Não só comer, mas fazer uma atividade física importante”, diz o professor de ciência da alimentação Carlo Cannella, da Universidade de Roma “La Sapienza”, que criou a pirâmide alimentar da Dieta Mediterrânea, adotada pelo Ministério da Saúde da Itália.

Na base da pirâmide está o que deve ser consumido em grande quantidade: os vegetais frescos, as verduras e frutas contêm vitaminas, sais minerais, água, fibras e os polifenóis – moléculas que combatem o envelhecimento e as doenças degenerativas.

No segundo andar da pirâmide aparecem os carboidratos, que dão energia e podem ser consumidos todos os dias, em quantidades controladas. O macarrão, para os italianos, é como o arroz para os brasileiros.

“Nos Estados Unidos, as porções são enormes. Isso explica por que os americanos são gordos. Eles acreditam que comer mediterrâneo seja acrescentar a pizza e o macarrão na alimentação. Está errado. Devem substituir. Devem saber que um prato de massa são, no máximo, 80 ou 100 gramas. Certamente, o camponês que trabalhava na terra ficava insatisfeito. Mas para nos é suficiente”, esclarece Cannella.

Carmela Abate, a brava chef tornou-se dona de restaurante. Uma das receitas napolitanas mais amadas é simples: espaguete com molho de tomate e manjericão. Aparentemente simples. Um molho perfeito exige dedicação.

Cozinhar no Mediterrâneo é usar o azeite extra-virgem até para fritar. É o único que resiste às altas temperaturas sem produzir substâncias danosas para a saúde. Cortados ao meio, os tomatinhos do Vesúvio são passados no azeite e no alho. Transformados em molho ou em massa, os efeitos benéficos do tomate, qualquer tomate, são ainda maiores.

Outra delícia napolitana, em quantidade aceitável, também é considerada medicina preventiva. Um dos mais criativos pizzaiolos das novas gerações, Enzo Coccia, se orgulha da equipe que formou. “Aqui dentro não tem um só grão de farinha que não esteja homogêneo. É uma trama de seda. É a habilidade deles. É a bravura deles. Eu me apaixono. Uma beleza!”, explica.

Na cantina se respeitam tradições de 200 ou 300 anos. E também se inova. Mas nada se compara à pizza inventada em 1889 para homenagear a rainha Margherita de Savoia, com as cores da bandeira da Itália: tomate, mussarela e manjericão.

“Se não existisse o tomate, o que seria da pizza? Boa pergunta. Acho que não existiria. A pizza sem tomate perde o sentido, se torna uma massa vazia, sem alma”, conclui Enzo Coccia.

Data Edição: 01/04/09
Fonte: Alimento e Saúde

Sem comentários:

Enviar um comentário

Procure aqui

Abacate Abacateiro Abacaxi Abajeru Abisinto/Losna Abiu Abobora Abobrinha Abrotamo Abrunheiro Abuta Abutua Acacia Acacia-Falsa Açafrão Açafrão do Prado Açafrão-Verdadeiro Açaí Acanto Acapurana Acariçoba Acelga Acerola Aconito Açucena Adonis Agarico Branco Agave Agnocasto Agoniada Agrião Agrião da Lagoa Agrião do brejo Agrimonia Aguapé Aipo Ajowan Alamanda Alcachofra Alcaçuz Alcaparra Alcarávia Alecrim Alecrim do Campo Alface Alfafa Alfavaca Alfazema Algodão Alho alimentação Almeirão Ameixa Amendoas. Amendoim Amieiro Amor do Campo Amora Andiroba Angelica Angico Anis Anis estrelado Aperta Ruão Aquiléia Araçá Araticum Arnica Aroeira aromaticas Arroz Arruda Artemisia Artemísia Aspargo Assa Peixe Avelã Avenca Azeitona Babaco Babaçu Babosa Babosa (Aloe Vera) Bacupari Bacuri Baleeira Banana Barbatimão Bardana Baru Batata Batata de purga Batata doce Baunilha Beringela Betadine /ERVA ANDORINHA Betula Bilimbi Biribá Boldo do Chile Borragem Borrazeira-branca Brejauva Brocolis Buchinha do Norte Burirti Butiá Caapeba Cabaça Cabelo de Milho Cabeludinha Cabreuva Cacaueiro Cactus Café Caferana Caimito Cajazeiro Cajepute Caju Calabaça Calabura Calaminta Calamo Calamondim Calendula Calumba Cambará Cambucá Cambuí Camomila Cana Comum Cana de Açucar Cana de Macaco Cana do Brejo Canambaia Canela Canfora Canfora de Jardim Canhamo Capacete de Jupter Capim Cidrão Capim Limão Capim pé de galinha Capim Rosário Capim Santo Capitu Capuchinha Caqui Cará Caralluma Carambola Carapiá Cardo Mariano Cardo Santo Carnaúba Caroba Carobinha Carpineira Carqueja Amarga Carqueja Doce Carrapicho Carvalho-alvarinho Casca de Carvalho Casca Preciosa Cascara Sagrada Castanha da India Castanha do Pará Castanha Portuguesa Catinga de Mulata Catingueira Catuaba Cavalinha Cebola Cenoura Centaurea Centella Cerefólio Cerejeira Chá de Brugre Chá de Bugre Chá Preto Chá Verde Chapéu de Couro Chapéu de Napoleão Chicoria Choupo negro Chuchu Cimicifuga Cipó Azougue Cipó Cabeludo Cipó Cabloco Cipó Cravo Cipó Cruz Cipó Cruzeiro cipo de são joão Cipó Prata Cipó Suma Cipreste Coco Coentro Cogumelo Comigo-Ninguem-Pode Confrei conselhos uteis Copaiba Copo-de-Leite Cordão de Frade Coronha Couve Couve-flor Cravo da India Cubiu curativas Curcumã curiosidades Damiana Dente de Leão doenças Douradinha Embauba Endro Equinácea Erva Baleeira Erva Cidreira Erva de Bicho Erva de Passarinho Erva de Santa Maria Erva de São João Erva Doce Erva Picão Erva Tostão ervas ervas. Pega Pinto Escarola Espinafre Espinheira Santa estetica Eucalipto EUROPEIAS Fedegoso Feijão Feijão Azuki Fenogrego Figo Freixo Fruta pão frutas Frutas para diabetes Fucus Vesiculosus Funcho Garra do Diabo Genciana Gengibre Gergelim Gervão Roxo Ginkgo biloba Ginseng Goiaba grãos Grapefruit Graviola Guaçatonga Guaco Guaraná Hamamélis Hibisco Hipérico Hortelã Imburana de Cheiro Indicador de Ervas Medicinais Ingá Inhame Ipe Roxo Ipecacuanha Jaborandi Jabuticaba Jaca Jacatupe Jambo Jambolão Japecanga Jarrinha Jasmim Jatobá Jenipapo Jequitibá Juazeiro Jurema Preta Jurubeba Lacre Vismia Lágrimas de N.Srª Laranja legumes Limão Linhaça Lobélia Losna Lotus Louro Lúcia-lima Lupulo Maçã Macela Malva Mama Cadela Mamão Mamica de Cadela Mandioquinha Manga Mangabeira Manjericão Maracujá Marapuama Marcela Mate Maxixe Maxixe Peruano Medronheiro Medronho Melancia Melão Melão de São Caetano Melissa Menta Mentruz Mil Homens Milho Morango Mostarda Mulungu Mussambé Mutamba Nabo Nó de Cachorro Nogueira Nóz de Cola Noz-Moscada nutrição Oliveira Oregano Pacová Palma Christi Palmito Panacéia Papo de Peru para meditar Parietaria Pariparoba Parreira brava Pata-de-vaca Pau d'arco Pau Ferro Pau Pereira Pau Tenente Pedra-Ume-kaa Pepinos Pequizeiro Pera pilriteiro Pimenta Pimenta de macaco Pimentão Pinha Pinheiro manso Pistache Pitangueira Pitomba plantas toxicas Poaia Poejo Porangaba preparo Pulmonária Pulsatilla Quebra Pedra Quiabo Quina-Quina Quinua Quixabeira Rabanete Repolho Romã Rooibos Rosa Branca Rosa-rubra Rucula Ruibarbo sabal serrulata Sabugueiro Salgueiro-branco Salsa Salsaparrilha Salvia Samambaia Sapé Sapotí Sassafrás Segurelha Sene Sete Sangrias Sobreiro Soja Stevia Sucupira Tajá de Cobra Tamarillo ou tomate de árvore Tanchagem Tayuia Tilia Tomate Tomilho Ulmeiro Umbauba Unha de Gato Urtiga Urucum Uva Uva Ursi Valeriana Velame do campo Verbasco Verbena verduras Vetiver Vidoeiro Vitex Agnus-castus zedoaria Zimbro