sexta-feira, 5 de julho de 2013

Mandioquinha


mandioquinha-salsa, batata-aipo, batata-baroa, batata-fiúza ou barão, diversas denominações com que é chamada, é uma hortaliça originária dos Andes, sendo assim cultivada em regiões de clima frio, com altitudes entre 1500 e 2500 m. No Brasil, é principalmente cultivada na Região Centro-Sul, principalmente nas áreas elevadas onde ocorrem condições climáticas similares ao seu local de origem, mas com algumas exceções, onde atualmente seu cultivo tem sido bem sucedido em regiões do Distrito Federal, Goiás e Tocantins.
Seu cultivo, de modo geral no país, é efetuado subseqüente ao da batata. Pertence ao grupo das umbelíferas, que abrange alimentos considerados energéticos.
Apesar de demandar larga mão-de-obra, esta tem sido atendida, em parte, pela utilização do trabalho familiar. Possui um baixo custo de produção, por ser uma cultura rústica.
Mandioquinha

Botânica

mandioquinha-salsa é provavelmente a planta mais antiga cultivada da América do Sul. Pertence a família Umbelliferae ( Apiaceae), ao gênero Arracacia e a espécie Arracacia xanthorrhiza.
É originária da região andina da América do Sul, correspondida pela Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
mandioquinha-salsa é uma planta dicotiledônia, herbácea, de porte baixo, com altura variando entre 40 e 60 cm, podendo as folhagens alcançar até 1,5 m de altura. É anual quanto a produção das raízes tuberosas e bianual quanto ao ciclo biológico, a razão pela qual raras vezes completa o ciclo em plantios comerciais.
A parte subterrânea é constituída principalmente pelas raízes tuberosas, em número de quatro a dez, que saem da parte inferior da coroa. As raízes são ovóides, cônicas ou fusiformes, de coloração amarela, com 5 a 25 cm de comprimento e 3 a 8 cm de diâmetro.
As flores são pequenas, com cinco pétalas que se alternam com cinco estames compridos e finos, e são reunidos em inflorescência chamada umbela. O fruto é do tipo diaquênio. As sementes são viáveis.

Clima

Associada a sua origem andina, a cultura no Brasil concentrou-se nas regiões montanhosa, de clima ameno, altitudes entre 600m à 1.500m, precipitação média de 600mm, bem distribuída, de forma a dispensar o uso da irrigação suplementar, e temperatura média anual de 17oC.
Admite-se hoje seu cultivo em regiões de clima como o do Planalto Central onde a temperatura média situa-se na faixa de 20 a25oC, altitudes inferiores a 600m, havendo neste caso, a necessidade de irrigação suplementar.
Pelas características de clima e solo do Planalto Central, deve-se ressaltar alguns fatores para produções elevadas, como: uso de corretivos, exigência de adubação de plantio e em cobertura e irrigação. A temperatura média mais elevada, em relação aos locais tradicionais de cultivo, possibilita o uso de mudas menores e mais novas, o que ocasiona ausência de florescimento e colheitas mais precoces, além de contribuir para o aumento da produtividade.

Cultivares

Há um número muito reduzido de Cultivares (clones) sendo propagados no Brasil. Fitomelhoristas Brasileiros, vem atuando em instituições federais de ensino ou der pesquisa e têm obtido novos clones, usando semente Botânica. Tais cultivares melhorados, apresentam raízes com coloração amarelo-claro ou amarelo-dourada com produtividade e precocidade favoráveis, permitindo a colheita aos oito meses do plantio.

Época de Plantio

Teoricamente pode se plantar o ano todo. Em regiões com possível ocorrência de geadas o plantio é feito de setembro a novembro. Na região sul de Minas os plantios são realizados entres os meses de fevereiro e setembro. De março a maio , o plantio é comum em outras regiões de MG, ES, DF, GO, SP.
Nos meses quentes, com alta precipitação, o risco do apodrecimento das mudas, causado por bactérias, é mais elevado. A grande alternativa para os plantios efetuados entre dezembro e fevereiro é o uso da técnica de pré-enraizamento, em canteiros com telados, com cobertura plástica, ou ainda em recipientes adequados para a formação de mudas de hortaliças. Utilizam-se 2 t/ha de rebentos no plantio.
O espaçamento de plantio é de 70 a 80 x 30 a 40 cm, espaçamentos mais estreitos originam raízes tuberosas menores, que demandarão mais tempo para atingir o tamanho desejado.

Solos

A planta da mandioquinha-salsa desenvolve melhor e é mais produtiva quanto cultivadas em solos de textura média, com boa capacidade de drenagem e bem profundo, uma vez que esta espécie não tolera encharcamento.
Solos anteriormente cultivados com feijão correm o risco de estarem contaminados por Sclerotinia sclerotiorum, fungo causador do "mofo branco" e que ataca a mandioquinha-salsa causando "murcha de esclerocium".
O sistema de cultivo mínimo restringe-se apenas ao coveamento, ele é utilizado em áreas de topografia acidentada, principalmente em associação com o café. Este sistema é viável em solos profundos e friáveis.
Em solos profundos e com topografia mais suave, procede-se à aração e gradagem. Essa prática melhora a estrutura do solo, contribuindo para o bom desenvolvimento das raízes de reserva. Após a gradagem recomenda-se levantar camalhões com altura variável entre 20 e 40 cm, sobre os quais são feitos os sulcos onde é distribuído o adubo de plantio.
Em solos arenoso, de pouca retenção de umidade, não se recomenda o uso de camalhões, mas deve-se proceder neste caso à incorporação de 5 t/ha de cama de galinha ou 10 t/ha de esterco de gado, com o objetivo de melhorar as condições de retenção de umidade e dos nutrientes oriundos da adubação química.

Adubação

A faixa ideal de pH para a cultura é de 5,5 a 6,5; Em solos mais ácidos, a Calagem é recomendado elevando-se a Saturação por Bases a 80%, alem do efeito corretivo, também fornece Ca e Mg.
Em muitos casos, torna-se viável o emprego de fosfato natural como opção mais econômica de fonte de fósforo, uma vez que o ciclo de 10 a 12 meses permitirá a absorção pela planta, durante sua lenta solubilização.
A planta de mandioquinha-salsa responde à adubação fosfatada, na qual doses mais altas de fósforo devem ser combinadas com altas doses de resíduo orgânico. Porém, a prática da adubação com 5 Kg/ha de sulfato de zinco deverá ser considerada. Apesar de pouco utilizada, a adubação orgânica é recomendável para melhorar o desenvolvimento das plantas.

Propagação

Propagação vegetativa
Mudas novas podem diminuir a capacidade de enraizamento, devido ao baixo teor de matéria seca acumulado.
Os rebentos são separados da touceira, selecionando-se os mais vigorosos e sadios. O comprimento dos rebentos variam de acordo com o clone utilizado. Uma touceira pode fornecer de 10 a 30 rebentos ou mudas selecionadas.
Após a colheita, destacam-se as raízes tuberosas e deixam-se as touceiras espalhadas e armazenadas `a sombra, por 10 a 15 dias, para que ocorra o murchamento das folhas. Este murchamento auxilia no enraizamento e no pegamento das mudas no campo, desde que a água não seja fator limitante após o plantio.
OBS: "Propagação por Sementes" não é viável comercialmente, apenas para fins de melhoramento genético

Tratos Culturais

A cultura não é muito exigente em tratos culturais, dependendo das condições pluviométricas regionais, exige-se irrigação, dando atenção especial na fase de crescimento vegetativo. Esta irrigação pode ser realizada através de Aspersão, ou por sulco de irrigação.
Fazer o Manejo das Plantas Daninhas, visando diminuir a concorrência por água, luminosidade, nutrientes, CO2, além de promover maior controle de pragas e doenças das quais são hospedeiras.

Controle Fitossanitário

A cultura não é sujeita a ataques freqüentes de doenças e pragas. A bacteriose podridão- mole pode ocorrer, sendo causada por Erwinia carotovora, provocando danos às raízes tuberosas. Solos mal drenados, temperaturas e pluviosidade elevados, favoracem a doença. Na pós-colheita é agravado por ferimentos ,transporte e comercialização.

Colheita e Comercialização

O ciclo da cultura, do plantio a colheita varia de 8 a 11 meses. O sinal de que a planta completou seu ciclo é o amarelecimento e a secagem das folhas. A produtividade é variável, de 15 a 25 t/ha, sendo até mais elevada quando utilizado material de plantio livre de vírus ou uso de clones melhorados.
Verifica-se, atualmente, uma tendência de incremento no volume comercializado de mandioquinha-salsa.
O fluxo da mandioquinha-salsa comercializada no Brasil está bem definido: Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina concentram a comercialização na CEAGESP, principal centro de consumo e distribuição dessa hortaliça no país.
Referências Bibliográficas
Novo Manual de Olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Fernando Antônio Reis Figueira – Viçosa: UFV, 2000. 402 p.
Recomendações para o uso de Corretivos e Fertilizantes em Minas Gerais: 4a Aproximação-CFSEMG-Lavras.1989.
Artigos da Internet
Recomendações de Adubação e Calagem para o Estado de São Paulo. Boletim Técnico número 100 – IAC – Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. 1985.

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