segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Araticum

Nome Popular: cortiça-de-comer, fruta-do-conde-pequena, imbira.
Nome Científico: Annona spp e Rolinia spp.
Família Botânica: Annonaceae.

Características Gerais

Árvore de pequeno porte (de 4 a 8 m de altura), ramifica-se a pouca altura do solo. Tem casca cinza-escura, folhagem aveludada e copa arredondada.

Os frutos, parecidos com a fruta-do-conde, só que menores e de casca amarela, amadurecem entre os meses de março e maio. A massa branca e fibrosa que envolve grande número de sementes é comestível. É encontrada de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul em matas baixas (capoeiras), várzeas e matas ciliares (aquelas que margeiam os rios).

Prefere solos úmidos e férteis. Para a ciência, é a Rollinia exalbida.

Araticum
(Annona crassiflora Mart. )

Araticum

A ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO

O araticum, também conhecido popularmente como bruto, cabeça-de-negro, cascudo, marolo e pinha-do-cerrado. É espécie frutífera da família Annonaceae, assim como a cherimóia, condessa, pinha, graviola e outras. As Annonaceae são representadas no cerrado por 27 espécies, perfazendo 3,5% da flora total. Destacam-se pelo seu potencial frutífero os gêneros Annona, Duguetia e Rollinia. O gênero Annona apresenta duas espécies produtoras de frutos comestíveis no cerrado, a Annona crassiflora Mart e a Annona coriaceae Mart.

Nativo do planalto central brasileiro, o araticum pode ser encontrado nas áreas de Cerradão, Cerrado, Cerrado Denso, Cerrado Ralo e Campo Rupestre. Sua distribuição ocorre no Distrito Federal e nos Estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí e Tocantins.

BOTÂNICA E ECOLOGIA

Araticum

Árvore hermafrodita de até 8m, com flores e ramos jovens apresentando densa pilosidade marrom-avermelhada e os órgãos vegetativos glabrescentes com a idade. As folhas são alternas, simples, pecioladas, sem estípulas; limbo com 5,5 a 13 x 3,5 a 10 cm, largamente obovado a oblongo, cartáceo e coriáceo; ápice arredondado a obtuso; base arredondada, obtusa ou subcordada; pecíolo com 2 a 6 mm de comprimento, actinomorfas, internamente creme-amareladas, crassas; sépalas 3, livres; pétalas 6, livres; estames numerosos; anteras subsésseis, oblongas, de conectivo espessado; ovário dialicarpelar, súpero, com muitos carpelos uniovulados; estigma séssil. O fruto é um sincárpio com cerca de 15 cm de diâmetro e 2 kg de peso, oval a arredondado, externamente marrom-claro, comoso, internamente creme amarelado, com polpa firme; numerosas sementes com formato elíptico.

A planta é caducifólia (perde as folhas) na época seca, florescendo com o início da estação chuvosa, sendo o início no final de setembro, até o final do mês de dezembro, para a região de Selvíria/MS. Para a região de Três Lagoas/MS, a floração dá-se no início de outubro, até o final de novembro. A frutificação inicia-se em novembro, com a maturação dos frutos ocorrendo de fevereiro a março. A dispersão das sementes é realizada por animais.

O botão floral pode surgir antes da rebrota das folhas, concomitante ou com as folhas já formadas. As flores são hermafroditas, apresentam protoginia e termogênese. O aquecimento interior da flor (termogênese) inicia-se geralmente ao anoitecer, podendo chegar até 10 ºC acima da temperatura do ar, porém uma chuva ou variação das condições do meio externo, pode provocar a queda de temperatura no inferior da flor.

As flores de A. crassiflora aquecem-se uma vez somente e caem na mesma noite. Por volta das 19 horas, o estigma encontra-se coberto de exudato transparente e devido a esse aquecimento, exala forte odor que atrai de besouros. Os primeiros insetos atraídos penetram nas flores por volta das 19 horas, perfuram as pétalas internas e depois saem ou iniciam a cópula. Por volta das 22 e 24 horas, os estames deiscentes caem no interior da câmara floral e posteriormente as pétalas separam-se do receptáculo floral, caindo no chão. Alguns besouros permanecem no interior do anel de pétalas durante o dia, no chão, saindo somente no início da noite, cobertos de pólen para visitar outras flores recém abertas.

O araticunzeiro apresenta problemas com a baixa taxa de frutificação necessitando serem melhor estudadas as suas causas, visando seu aproveitamento econômico.

Deve-se principalmente ao ambiente de ocorrência, a variabilidade sobre o número de indivíduos encontrados. Em Cuiabá, MT, as densidades variam de 6 indivíduos/ha numa área menos fértil a 48 indivíduos/ha em outra mais fértil.

Com relação ao comportamento da espécie, houve baixíssima sobrevivência em plantio puro (15%) e baixa quando consorciada (40%). A altura das plantas foram superiores no plantio puro, sendo observada floração de plantas de araticum a partir dos 4 anos no plantio puro e dos 5 anos na área consorciada.

COMPOSIÇÃO DO FRUTO

A composição da polpa do fruto (100g) apresenta 82,0 calorias; 1,1 g de proteína; 0,2 g de lipídios; 21,3 g de carboidratos; 34,0 mg de cálcio; 35 mg de fósforo; 0,6 eq. ret. de fero; 0,09mg de tiamina; 0,9 mg de niacina; 17mg de vit. C; 0,13 mg de riboflavina.

A composição da polpa do fruto é a seguinte: umidade de 76,3%; proteína 1,3%; extrato etéreo 0,3%; cinzas 0,6%; carboidratos 21,5%; fibras 1,6%; valor calórico (cal/100g) 87; pH = 4,57; acidez (sol.N.) 5,56%; 14º Brix (sólidos solúveis totais); açúcares redutores 7,72%; açúcares totais 56,4%; tanino 0,38%; caroteno 0,23%; 24,2 mg Mg/100g polpa e 0,7 mg Fé/100g polpa. Para minerais e vitaminas em 100g de polpa: 52 mg de Ca; 24 mg de P; 2,3 mg de Fé; 21 mg de vit. C; 50 mg de vit. A; 0,04 mg de vit. B? e 0,07 mg de vit. B2.

Na polpa do araticum, cerca de 80% dos ácidos graxos são monoinsaturados, 16% saturados e 4% poliinsaturados, o linolênico.

PROPAGAÇÃO

O araticum é uma espécie predominantemente alógama, de modo que as plantas oriundas de sementes segregam e não reproduzem o fenótipo da planta mãe. Mesmo assim , o uso de sementes é necessária para a obtenção de mudas ou para a formação de porta-enxertos.

A semente germina com dificuldade, havendo longo período de dormência, sendo que em areia, o início da germinação ocorreu entre 237 a 292 dias. O embrião é muito pequeno, medindo 2 mm de comprimento e delicado. Parece ser esta a causa da dormência da semente, pois o embrião precisa primeiro construir seus órgãos para depois germinar, não havendo, na realidade, nenhum bloqueio à germinação. As sementes não conseguem germinar no cerrado, pois não toleram o meio seco, levando de 8 a 10 dias em solo úmido. A germinação em condições de campo teve início aos 75 dias e prosseguiu até os 392 dias, sendo bastante irregular, com cerca de 42% de germinação. Um período médio de 25 dias e índices médios de 60% de germinação foram obtidos. Esse comportamento parece estar ligado ao período de dispersão as espécie, que, ocorrendo no final da época chuvosa, as sementes se mantém dormentes até o final da seca e início da época chuvosa seguinte, para, a partir daí, ter condições de germinação no seu ambiente natural. Se por um lado,a dormência é vantajosa para a sobrevivência das espécies em condições naturais, uma vez que ela distribui a germinação ao longo do tempo ou permite que a germinação ocorra somente quando as condições forem favoráveis à sobrevivência das plântulas, ela é freqüentemente prejudicial à atividade de viveiro, onde se deseja a germinação de uma grande quantidade de sementes em um curto período de tempo.

Annona crassiflora possui semente com embrião imaturo, porém seu tegumento é permeável à água. A estratificação é recomendada para sementes com tegumento impermeável a gases e para as que tem embriões imaturos.

A solução para quebrar a dormência das sementes parece estar no uso de reguladores vegetais, pois utilizando ácido giberélico (GA3), nas doses de 500, 1000 e 2000 ppm, em associação com períodos de embebição (0, 3 e 6 dias), foi conseguido antecipação da germinação para 36 dias. Foi verificado efeito do período de embebidação e da concentração utilizada sobre a germinação, sendo significativos, havendo aumento da germinação com o aumento da concentração de GA3 e do período de embebidação. Nos tratamentos sem GA3, não houve germinação, mostrando que a dormência deve-se à falta de giberelina.

Devido à alta variabilidade genética dos araticunzeiros nativos, o plantio por sementes pode originar cultivos desuniformes, com plantas de características agronômicas bem diferentes. A enxertia promove uniformidade nas características das plantas, frutos, bem como no desenvolvimento e produtividade. A técnica de enxertia parece ser a mais indicada para a propagação e formação de mudas de araticum. Estudos realizados na EMBRAPA – CPAC em Planaltina, DF, demonstraram sucesso inicial para algumas fruteiras nativas do cerrado, inclusive o araticum, onde trabalhos com enxertia do tipo garfagem à inglesa simples, mostraram índices de pegamento superiores a 80%.

Os garfos devem ser provenientes de plantas sadias e sem ataque de broca, pois ao contrário, possuem sua parte interna oca. Devem ser selecionados de ponteiras com tecido jovem em crescimento e desfolhados. Uma semana após a retirada das folhas, garfos com 8 a 12 cm de comprimento e com diâmetro semelhante a um lápis, são retirados e devem ser levados o mais rápido possível para a operação de enxertia em porta-enxertos (cavalinhos), com diâmetro compatível ao garfo.

A enxertia é do tipo garfagem lateral ou inglês simples, fazendo-se um corte em bisel de cerca de 4 cm na ponta do porta-enxerto e na base do garfo. O ângulo de inclinação do corte deve ser o mesmo em ambos, para que a região de contato fique bem unida e assim promover o pegamento do enxerto. Após o encaixe do garfo com o porta-enxerto, amarra-se com fita plástica. A enxertia pode ser feita de outubro a abril.

FORMAÇÃO DO POMAR

Araticum

Quando enxertadas, o plantio deve ser feito em campo somente após a brotação das mudas (no início da estação chuvosa), devendo apresentar as folhas maduras e procedendo uma irrigação para proporcionar melhor pegamento.

O araticunzeiro requer solos profundos, bem drenados, não é exigente em fertilidade de solo e tolera os solos ácidos da região do Cerrado.

O espaçamento recomendado é de 5 a 7 metros entre linhas e de 5 a 7 metros entre plantas, para mudas não enxertadas, reduzindo-se o espaçamento, se as mudas forem provenientes de enxerto.

A fertilidade de solos pobres não corrigidos anteriormente, pode ser incrementada pela adição na cova no momento do plantio de 100 g de calcário dolomítico (PRNT=100%), 250 g de superfosfato simples, 10 g de cloreto de potássio, 10 g de sulfato de zinco, 4 g de sulfato de cobre e de sulfato de manganês, 1 g de bórax e 0,1 g de molibidato de amônio. Após o plantio, recomenda-se três adubações de cobertura com 25 g de sulfato de amônio e 10 g de cloreto de potássio por cova, a cada 40 dias, até o final do período chuvoso.

Em solos de baixa fertilidade, recomenda-se adubações anuais, a partir do primeiro ano com a dose de 150 g da fórmula 10-10-10 e aumentando gradativamente para 300, 450, 600 e 750 g. A formulação deve ser acrescentada de sulfatos de zinco, cobre e manganês em doses equivalentes a 5, 2,5 e 2,5% da fórmula, respectivamente, parcelando as doses anuais em três aplicações de cobertura, durante o período chuvoso.

As áreas onde ocorreram o araticum tenderam em todas as profundidades de solo analisadas, a apresentar teores de Ca, Mg, K e Zn menores que nas áreas onde não ocorrem esta espécie. Ou seja, as áreas de ocorrência de A. crassiflora são notavelmente mais pobres nestes nutrientes que nas áreas onde esta espécie não ocorre. O araticum prefere situar em solos que dispõem de quantidades em termos químicos com relação aos nutrientes citados e também em solos com um nível menor de alumínio.

COLHEITA

Os frutos podem ser coletados no chão, porém são altamente perecíveis nesta fase. O forte aroma característico que o fruto exala, indica a certa distância, a presença de araticum maduro no local. O fruto também pode ser coletado “de vez” na árvore, mas é necessário que haja pequenos sinais de abertura na casca. Com relação à qualidade da polpa, distinguem-se dois tipos de frutos: o araticum de polpa rósea, mais doce e macio e o araticum de polpa amarela, não muito macio e um pouco ácido. Os frutos de coloração de polpa amarela são predominantes, enquanto aqueles de coloração rosada, intermediária. Também é citada a ocorrência de frutos com coloração de polpa branca, havendo porém, pequena produção destes. Dessa citação, pode-se concluir, que há diferentes progênies existentes no ambiente de ocorrência do araticum e que por isso deve ser realizada uma seleção de plantas com características agronômicas superiores, sendo propagadas de forma assexuada para manter as características.

A produção inicia-se a partir do quarto ano após o plantio, podendo ser antecipada para o segundo ou terceiro ano se as mudas forem enxertadas. A produção é irregular e em média uma planta em condições naturais produz de 5 a 30 frutos com peso entre 500 a 4500 g. Um fruto apresenta em média de 60 a 130 sementes, apresentando um peso de 300 g/100 sementes.

Araticum

VALOR ALIMENTAR E USOS

Há descrição desde o processamento da polpa do araticum, até os detalhes de uso, como receitas de batida, bolachas, bolos, bombom, doces, compota, cremes, gelatina, geléias, iogurte, pudim, sorvetes, sucos e outros.

Na medicina popular, a infusão das folhas e das sementes pulverizadas servem para combater a diarréia e a induzir a menstruação. Além desses usos, tem-se isolado vários compostos de A. crassiflora com diferentes fins de utilização.

O extrato hexânico de sementes de A. crassiflora mostrou efeito contra Ceratilis capitata. Os vegetais da família Annonaceae predominaram entre aqueles que apresenta alguma atividade. Plantas da família Annonaceae, possuem componentes como alcalóides e acetogeninas com atividade contra afídeos e piolhos. A presença da substância acetogenina, encontrada em A. crassiflora e em outras Annonaceas, possuindo propriedade herbicida.

São conhecidas também atividades antifúngicas e antitumorosa do araticum.

MERCADO

Não se dispõe de dados oficiais sobre quantidade e preço médio alcançado pelos frutos, porém um produtor de Itararé, SP, informou que possui plantio comercial com 2000 plantas, conseguiu na safra de 2000, preços de R$ 5,00/ kg. A produção é toda comercializada na propriedade. O produtor cita o problema da irregularidade na produção e a ocorrência na mesma planta de frutos com variação na coloração de polpa, sendo amarelo aquele mais precoce e com odor mais pronunciado. Frutos de coloração branca de polpa, tendem a ser mais tardios e não apresentar um odor tão pronunciado.

Em Padre Bernardo, GO, é explorada comercialmente uma área de 300 ha de cerrado nativo e áreas de pastagens, formadas há 40 anos, foi deixado o araticum entre outras espécies do cerrado. Vem ocorrendo regeneração natural de araticum, ao longo desse período. A produção de frutos tem sido maior nas áreas de pasto do que nos cerrados. É comum para os indivíduos com uma alta produção de frutos num ano, apresentarem, no ano seguinte, uma redução drástica na quantidade de frutos produzidos (alternância de produção). O destino da comercialização tem sido Brasília (DF) e Anápolis (GO). Os compradores do araticum vão até a área e ajudam na coleta dos frutos. A caixa (com 20 a 24 frutas) é vendida por R$8,00 a R$10,00 (diretamente do produtor), sendo comercializada em Brasília para os grandes mercados de Brasília e cidades satélites: (CEASA), Ceilândia e Taquatinga.

A comercialização dos frutos é feita em mercados regionais, de onde sua produção, quase que exclusivamente, é provinda de áreas de cerrado nativo, sendo uma forma extrativista de utilização. Diante dessa situação, torna-se necessário incentivar o plantio comercial do araticum, pois o extrativismo ocorrendo de forma intensa e descontrolada, poderia afetar a perpetuação da espécie.

Fonte: www.paty.posto7.com.br

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Annona crassiflora Mart.

Também é conhecido por marolo ou bruto.

“Araticû he hua aruore do tamanho de laranjeira, e maior, a folha parece de cidreiras ou limoeiro, he aruore fresca, e graciosa, dá hua fruita da feiçaõ e tamanho de pinhas, e cheira be tem arezoada gosto, e he fruita desenfastiada”

Cardim, 1584 em Do clima e Terra do Brasil

Araticum é nome dado à diversas espécies da família Annonaceae, mesma da fruta-do-conde (Annona squamosa), conhecida também como ata ou pinha, dependendo da região. Pio Corrêa relata que a primeira muda desta espécie foi plantada no país pelo Conde de Miranda, na Bahia no ano de 1626.

Araticum
Figura 1
A -
Árvore com altura de cerca de 5 metros, com frutos maduros e de vez
B – ramos portando frutos
C – ritidoma (casca externa do tronco e ramos).

Segundo professor, da Universidade de Brasília-UnB, em Guia de Campo para árvores do cerrado, o nome araticum é derivado do tupi, podendo significar árvore de fibra rija e dura, fruto do céu, saboroso, ou ainda fruto mole.

Trata-se de uma árvore (Fig. 1A), sem exsudação de látex no caule ou ao se destacar a folha, com ramos e brotos com pilosidade ferrugínea; tronco pode alcançar cerca de 40 cm de diâmetro, o ritidoma (casca) é bege ou cinzento, com fissuras e cristas estreitas, descontínuas e sinuosas (Fig. 1C); suas folhas são simples, alternas, de 5-16cm de comprimento e 3 a 12 de largura, possuem as margens lisas e nervações bem marcadas na face superior; sua consistência é bem firme (coriácea). Flores de até 4cm de comprimento, com seis pétalas livres entre si, de coloração creme ou verde ferrugínea, consistência carnosa, que pouco se abrem (Fig. 2A); são três pétalas maiores, dispostas externamente, e três menores internas; seus frutos alcançam mais de 15 cm de diâmetro e 2kg de peso, contendo muitas sementes com cerca de 1,5cm de comprimento.

Araticum
Figura 2
A -
Flores de araticum, pétalas externas de coloração verde ferrugínea
B – Sépalas (03) de coloração marrom ferrugíneo

Araticum
Ovário feminino composto por inúmeros carpelos soldados, as escamas já guardam semelhança com o fruto maduro.

Ocorre em cerrados e cerradões, ao longo de todo o bioma Cerrado.

Sua floração se dá predominantemente de setembro a janeiro e frutifica de outubro a abril (principalmente de fevereiro a março), sendo a dispersão das sementes realizada pela própria gravidade ou por animais. Na Caatinga foi constatada a dispersão de araticum (Annona coriaceae) por formigas (Pheidole sp.) e no Mato Grosso, sementes (A. crassiflora) foram encontradas nas fezes da rapozinha-do-campo (Lycalopex vetulus), o menor canídeo das Américas, mesmo em área sem a ocorrência da árvore. Um quilo contém aproximadamente 1400 sementes, que perdem rapidamente a viabilidade se armazenadas.

A germinação do Araticum pode ser antecipada em até 36 dias e concentrada em até 3 meses após a semeadura, com o uso de ácido giberélico (GA3). Recomenda-se colocar as sementes imersas numa solução contendo 1g de Ácido giberélico por litro de água, por um período de 24h, antes da semeadura (Melo, 1993, apud Silva et al. 2001)

Quando aberto, o fruto oferece uma polpa cremosa de odor e sabor bem fortes e característicos. A polpa pode ser consumida ao natural ou na forma de batidas, bolos, biscoitos e bolachas, picolés, sorvetes, geléias e diversos doces.

“Pois, várias viagens, ele veio ao Curralinho, vender bois e mais outros negócios – e trazia para mim caixetas de doce de buriti ou de araticúm, requeijão e marmeladas.” Guimarães Rosa em Grande sertão: veredas, pg. 115.

Araticum

Utilização medicinal do Araticum

Indicações
Parte usada
Preparo e dosagem

diarréia crônica

sementes

Infuso ou decocto: 1 colher de sopa de sementes raladas ou picadas para 1 litro de água. Tomar de 3 a 6 colheres de sopa do chá ao dia.
Referências e sugestões bibliográficas sobre o Araticum

Agostini-Costa, T. & Vieira, R.F. Frutas nativas do cerrado: qualidade nutricional e sabor peculiar.
www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./biotecnologia/index.html
&conteudo=./biotecnologia/artigos/frutas_nativas.html

Almeida, S.P. 1998. Cerrado: Aproveitamento Alimentar. Planaltina: EMBRAPA-CPAC. 188p.

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Altiplano. Frutos do Cerrado: Aliados da Saúde.
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www.editora.ufla.br/revista/30_6/art05.pdf

Braga Filho, J. R. et al. 2005. Danos de Telemus chapadanus (Casey 1922) sobre o florescimento do Araticum (Annona crassifolia Mart.) no Estado de Goiás.
http://200.137.202.4/pat/pat35(1)-05.pdf

Costa e Silva, S. M. et al. Insetos que atacam as sementes de Araticum (Anonna crassiflora Mart.) nos Cerrados de Goiás.
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Silva, D.B. da; et al., 2001. Frutas do Cerrado. Brasília: Emprapa Informação Tecnológica.

Sirtoli, L.F. et al. Superação de Dormência em sementes de araticum-cagão (Anona cacan Wern.). www.ppg.uem.br/Docs/pes/eaic/XI_EAIC/trabalhos/arquivos/11-1873-0.pdf

WWF – Notícias. Aproveitamento de frutos estimula a conservação do cerrado. www.wwf.org.br/natureza_brasileira/meio_ambiente_brasil/educacao/
educacacao_news/index.cfm?uNewsID=1480

Fernando Tatagiba

Fonte: www.biologo.com.br

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Nome científico: Annona sp
Nome popular: anona, fruta-do-conde, pinha, ata, cabeça-de-negro
Família: Annonaceae

Araticum

Planta

Pode atingir de 10 a 20 m de altura; as folhas são simples, levemente discolores, revestidas por pubescência esbranquiçada na face inferior; as flores, de coloração esverdeada ou branco-amarelada, geralmente são carnosas e florescem de julho a setembro.

Regiões de ocorrência

Matas do Norte até o Sul do Brasil

As várias faces dos araticuns

Da fruta-do-conde ao marolo, os araticuns englobam diversas espécies que adocicam os cerrados o ano todo.

De dezembro a abril, frutifica no cerrado uma fruta parecida com uma pinha, bastante apreciada e conhecida no país e no mundo: é o araticum.

Esse nome é comumente utilizado para muitas variedades de Annona nos países cuja língua oficial é o português. Ele representa várias espécies, como a fruta-do-conde (Annona squamosa), a graviola (Annona muricata) e o araticum-do-cerrado ou marolo (Annona crassiflora).

Essa fruta, de coloração verde-escura, textura rugosa e escamosa e de polpa bastante leve e cremosa, se desmancha na boca, proporcionando sabor agradável e perfume doce. É consumida principalmente in natura, mas sua polpa serve como ingrediente para sucos e refrescos. Difícil acreditar que uma fruta de aparência tão rústica e nada atraente seja dona de qualidades tão saborosas e apreciadas!

Dentre as mais conhecidas e comercializadas no Brasil, está a Annona squamosa. Apresenta vários nomes, dependendo da região: araticum, no Rio Grande do Sul; fruta-do-conde ou pinha, na Bahia e no interior de São Paulo; ata, no Norte e Nordeste do Brasil e em Minas Gerais. Segundo Pio Corrêa, no ano de 1626, na Bahia, a primeira árvore de Annona squamosa foi plantada pelo Conde de Miranda, o que provavelmente fez com que seu fruto recebesse o nome de fruta-do-conde.

Fruta nativa do Brasil, diferente de outras variedades de araticuns, o araticum-do-cerrado pode apresentar duas variedades de polpa, distinguindo-se o araticum de polpa rosada, doce e macia, e o de polpa amarela, não muito doce e levemente ácida. Pode ser encontrado em feiras, supermercados e em beiras de estradas nos períodos de frutificação. Dentre as diversas variedades de araticuns, o araticum-do-cerrado é o mais aproveitável na cozinha, servindo como ingrediente de bebidas, licores, refrescos, sorvetes, bolos, geléias, docinhos, compotas, doces-de-leite, cremes, etc.

Fonte: www.ibb.unesp.br

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